Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
CPI do Mensalão

Delúbio assume culpa sozinho e diz não ser traidor nem delator

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares assumiu sozinho, por diversas vezes, durante seu depoimento na CPI do Mensalão, a culpa pelos empréstimos e pelo caixa dois do partido. E avisou que não é delator.

- Eu não costumo, e faz parte da minha integridade, não delatar ninguém - garantiu.

Mesmo quando acabou confirmando uma declaração, dada um ano antes, que poderia comprometer o ex-ministro José Dirceu, Delúbio demonstrou cuidado para não falar demais. Indagado sobre uma entrevista que deu à revista 'Época', em 2004, na qual assumia uma relação estreita com o então chefe da Casa Civil, o ex-tesoureiro resistiu a responder. Na entrevista, ele dizia: "Claro que converso muito com ele (José Dirceu). Nós assinamos muitos cheques de campanha, cheques do partido. Minha responsabilidade nas finanças do partido é a mesma que a dele".

- É verdade - admitiu, depois de muita insistência do deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), embora tenha destacado que os saques das empresas de Valério eram feitos somente com sua autorização.

A preocupação em não comprometer mais alguém voltou à tona em outras oportunidades. Quando foi perguntado sobre se seria amigo e teria intimidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Delúbio não respondeu. Limitou-se a dizer:

- Eu sou militante do Partido dos Trabalhadores e o presidente Lula foi presidente do partido por muitos anos. Admiro muito (o presidente).

- É amigo dele? Sim ou não? - indagou o deputado Júlio Redecker.

- Eu admiro muito - repetiu Delúbio.

O ex-tesoureiro do PT afirmou não ser um traidor, em resposta a uma pergunta sobre o pronunciamento do presidente Lula em que ele se disse traído por "práticas inaceitáveis" no PT.

- Não costumo questionar a opinião das pessoas. Elas podem dizer o que quiser. Ele (o presidente Lula) fez aquela frase e eu acato a frase dele. Não me sinto traidor. Mas aí é a opinião de cada um, que vai analisar, e a vida vai nos ensinar.

O ex-tesoureiro contou que não produziu a dívida do PT, mas foi chamado a resolvê-la e reafirmou ser o único responsável pela forma como os recursos foram arrecadados.

- As dívidas foram levantadas pela direção do partido. Mas da forma de resolver, ninguém mais do partido participou, nem das negociações dos empréstimos, nem da arrecadação de recursos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.