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Ligações suspeitas

DEM abre processo para expulsar Demóstenes

Senador terá uma semana para apresentar explicações, mas cúpula do partido já dá como certa a saída do ex-líder

CPI está com pinta de que só vai chutar cachorro morto, como Demóstenes Torres. | Geraldo Magela/Ag. Senado
CPI está com pinta de que só vai chutar cachorro morto, como Demóstenes Torres. (Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado)

O DEM abre hoje o processo de expulsão do senador De­­móstenes Torres (DEM-GO) – flagrado em conversas telefônicas defendendo interesses de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que comanda uma rede de jogos ilegais no país – por "reiterados desvios da ética". Agora Demóstenes terá uma semana para apresentar explicações, mas a expulsão do senador é dada como certa pela cúpula do partido.

A decisão de abrir o processo interno foi tomada em reunião realizada na noite de ontem na casa do presidente da legenda, o senador José Agripino Maia (RN). Participaram do encontro o líder na Câmara, ACM Neto (BA), o deputado Ronaldo Caiado (GO) e o vice-governador de Goiás, José Eliton.

Demóstenes não apareceu ao encontro de ontem na resi­dência de Agripino. O senador passou o dia em casa, reunido com advogados e com o deputado Caiado, que tem feito o meio de campo entre ele e a cúpula da legenda. O advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse que o parlamentar não se reuniu ontem à noite com a cúpula do partido porque não tinha analisado ainda os autos do processo.

Há a expectativa em torno de uma renúncia do senador do cargo. O que pesa para Demóstenes adiar a decisão é o foro privilegiado a parlamentares. Como senador, ele só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Ética

Em outra frente, cinco senadores pediram pressa ao Senado para convocar o Conselho de Ética. Na semana passada, foi acertado que o colegiado só se reuniria na próxima terça-feira para eleger o novo presidente. Mas as novas denúncias fizeram com que os parlamentares cobrassem um encontro nesta semana.

"Este julgamento é inevitável. A instituição é mais importante do que as pes­­­soas", disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR). O tucano afirmou que vai procurar o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para tentar acelerar a eleição no conselho.

A presidência do Conselho de Ética está vaga desde setembro de 2011, quando o senador João Alberto (PMDB-MA) deixou a Casa para ocupar um cargo no governo de Roseana Sarney. O presidente interino, Jayme Campos (MT), correligionário de Demóstenes, declarou-se impedido para conduzir o processo.

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