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Mensalão

DEM de Brasília se autodissolve

O senador Marco Maciel (PE) será o interventor da legenda no Distrito Federal

Marco Maciel terá a missão de reorganizar o diretório do DEM no Distrito Federal | José Cruz/ABr
Marco Maciel terá a missão de reorganizar o diretório do DEM no Distrito Federal (Foto: José Cruz/ABr)
Arruda: sem esperança de reverter prisão no STF |

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Arruda: sem esperança de reverter prisão no STF

Brasília - O DEM dissolveu o diretório do Distrito Federal ontem a pedido do próprio comando do partido no DF. Como a Executiva Nacio­­­nal da legenda caminhava para aprovar pedido de intervenção no diretório, o órgão se antecipou e pediu a autodissolução.

O senador Marco Maciel (DEM-PE) foi nomeado interventor do diretório da legenda no Distrito Federal. Maciel disse que vai trabalhar para reorganizar a sigla depois do episódio do mensalão no Distrito Federal.

A intervenção do diretório ganhou força depois da prisão do governador do DF, José Roberto Arruda – acusado de tentar subornar uma testemunha do mensalão do DEM –, e da renúncia terça-feira do vice-governador, que estava como interino, Paulo Octávio – que comandava o DEM no Distrito Federal. Paulo Octávio também é investigado no escândalo de corrupção no DF. A dissolução foi a resposta que o partido encontrou na tentativa de mostrar que, apesar da crise, agiu para afastar a legenda das acusações.

O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que Marco Maciel foi escolhido interventor por ter "experiência e credibilidade" para colaborar com o partido no DF. "O partido passou pela crise e respondeu de forma adequada. Ninguém pode achar que não vai enfrentar problemas, mas respondemos bem diferente de outros partidos", disse.

Intervenção

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu ontem que a saída de Paulo Octávio reforça a tese de intervenção federal, defendida pela Procuradoria-Geral da República. Segundo o ministro, não seria "normal" o vice-governador renunciar. "(A renúncia) não revela um quadro de normalidade, e a intervenção se baseia justamente na discrepância dos fatos e tendo em conta o funcionamento das instituições. Não é normal o vice renunciar", afirmou.

Marco Aurélio disse que a intervenção é uma medida séria e que por isso fica a cargo do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, apresentar um parecer.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo publicada ontem, o Palácio do Planalto e o STF já começaram a articular a intervenção no Distrito Federal. Com a renúncia de Paulo Octávio e a prisão de Arruda, o governo do DF fica nas mãos do presidente da Câmara, Wilson Lima (PR) – que substituiu o Leonardo Prudente, que também saiu do cargo por suspeita de envolvimento no suposto esquema de corrupção local.

Wilson Lima poderá deixar o cargo em abril como forma de se desincompatibilizar para disputar nas eleições de outubro um novo mandato para a Câmara Distrital.

O STF deve analisar em março o pedido de intervenção federal. Se o pedido for aceito, é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem escolhe o interventor, ou seja, aquele que vai assumir o mandato interinamente.

É também o presidente quem define quanto tempo esse interventor fica no cargo. Entretanto, qualquer decisão tem de ser votada pelo Congresso Nacional.

Investigação

O corregedor da Câmara Le­­­gis­­­lativa do DF, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), apresentou ontem seu parecer pedindo a abertura de investigação na Comissão de Ética contra oito deputados suspeitos de participação no esquema de arrecadação e pagamento de propina que envolve José Roberto Arruda.

Os processos seguem para a análise da Comissão de Ética, que terá que votar pela abertura dos processos por quebra de decoro parlamentar. A comissão é formada por cinco deputados e atualmente está sem dois integrantes.

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