
O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, promete encerrar o caso contra o ex-líder do DEM antes do recesso parlamentar de julho.
Com as eleições municipais de outubro e o esperado esvaziamento do Congresso no segundo semestre, Costa disse que levará seu relatório a voto no conselho em junho para que a Casa conclua o caso Demóstenes até o dia 17 de julho, quando começa o recesso.
"Depois do recesso, se estará em campanha eleitoral franca. Eu posso garantir que vou fazer esse relatório até o final de junho para que seja votado em julho", afirmou.
Costa disse que vai elaborar o relatório mesmo que as testemunhas de Demóstenes não compareçam para depor, como o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ou o próprio senador.
A ausência das testemunhas seria uma estratégia para adiar o fim do processo, deixando o caso para o segundo semestre quando, dificilmente, haverá quórum para análise do caso no plenário do Senado. "No momento em que eu entender que tenho elementos, eu apresento o relatório", afirmou.
O relator disse que se Cachoeira não comparecer ao conselho na semana que vem, como previsto no cronograma de trabalhos, o maior prejudicado será Demóstenes já que o empresário é sua testemunha no processo disciplinar. "Os integrantes do conselho vão levar em conta esse simbolismo", afirmou o relator.
Procuradores
O conselho se reuniu ontem para discutir um novo cronograma de trabalhos, após os procuradores da República responsáveis pelas investigações pedirem para adiar o depoimento.
Costa sugeriu a suspensão definitiva da presença dos procuradores, mas o conselho optou por apenas deixar em suspenso com a possibilidade de ouvi-los mais à frente se for necessário. "Tudo pode acontecer na Justiça, o melhor é deixar em suspenso porque podemos precisar deles", disse o presidente do conselho, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Os integrantes do conselho também aprovaram o pedido da defesa de Demóstenes para ter acesso à documentação remetida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao colegiado em especial o inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.



