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Blairo Maggi: ofício com alerta sobre fiscal  foi encaminhado ao ministro  pelo deputado Alfredo Kaefer (PSL) em agosto do ano passado. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Blairo Maggi: ofício com alerta sobre fiscal foi encaminhado ao ministro pelo deputado Alfredo Kaefer (PSL) em agosto do ano passado.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), foi informado oficialmente em agosto de 2016 sobre a acusação que pesava contra o então superintendente da pasta no Paraná, Gil Bueno de Magalhães, na Justiça Federal de Paranaguá. Desde o início daquele ano, Gil já respondia a uma ação penal, por ter supostamente recebido propina de duas empresas que seriam alvos de fiscalização. Pela narrativa do Ministério Público Federal (MPF), autor da denúncia oferecida à Justiça Federal, Gil teria recebido, pelo menos, 67 pagamentos ilícitos entre janeiro de 2004 e abril de 2008.

Alvos da Operação Carne Fraca foram indicados por deputados federais do Paraná

A Justiça Federal de Paranaguá o tornou réu por corrupção passiva, mas ainda não haveria um desfecho do caso, que corre em sigilo. Gil só saiu do cargo de superintendente na última sexta-feira (17), após ser preso pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Carne Fraca. A exoneração do cargo de confiança foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (20).

A reportagem obteve o ofício destinado a Blairo Maggi. O documento, com data de 18 de agosto de 2016, é assinado pelo deputado federal Alfredo Kaefer (PSL), da bancada do Paraná. Nele o parlamentar informa que Gil é réu em ação penal por crime de corrupção passiva e, por isso, cobra do ministro da pasta a “atenção e as providências que o assunto requer”.

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Junto com o ofício, Kaefer envia ainda cópia de um requerimento do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) apresentado ao MPF, e no qual a entidade solicita que alguma medida seja tomada para afastar Gil do cargo.

Como já relevou a Gazeta do Povo , Gil foi nomeado para o posto máximo do ministério no Paraná em julho do ano passado, a despeito de um alerta feito pelo Anffa Sindical, em maio, sobre o histórico de processos administrativos disciplinares que já corriam contra ele. Embora a ação também já tramitasse na Justiça Federal de Paranaguá na época, o fato não constava no ofício da entidade. Apesar disso, os representantes dos fiscais agropecuários já deixavam claro na ocasião o repúdio pela possibilidade de Gil ser confirmado no cargo de superintendente no Paraná.

Gil foi indicado para o cargo de confiança pela bancada de deputados federais do PP do Paraná - Dilceu Sperafico, Nelson Meurer e Ricardo Barros – o último licenciado para o Ministério da Saúde.

A Gazeta do Povo não conseguiu contato com a defesa de Gil.

Ministério informou que caso havia sido encaminhado à Corregedoria

A resposta ao ofício de Kaefer chegou quase um mês depois, em 21 de setembro de 2016. No texto, a pasta de Blairo Maggi se limita a informar que o caso foi repassado à Corregedoria “para avaliar a necessidade de instaurar procedimento administrativo em desfavor do servidor em questão” . No texto, o ministério também afirma que “estará atento ao deslinde da ação penal, submetendo-se, como de costume, aos comandos sentenciais exarados pelo Juízo condutor do feito”.

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