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investigação da PF

Deputado estadual teria negócios com rede de empresas ligada ao chefe da Carne Fraca

Embora seja citado nas investigações da PF sobre o esquema, o deputado Tião Medeiros (PTB) não é acusado de participação no esquema

Tião Medeiros, do PTB | Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo
Tião Medeiros, do PTB (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/Arquivo)

Investigações da Polícia Federal que resultaram na Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira (17), revelam que o deputado estadual paranaense Tião Medeiros (PTB) mantém ligações com uma rede de empresas que seria sustentada por Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) no Paraná, e apontado como chefe do esquema de propina. De acordo com a PF, essa “sucessiva interposição de empresas” servia para intermediar pagamentos que se destinavam à mesma pessoa: no caso, o próprio Daniel Gonçalves Filho, líder da organização criminosa.

Embora seja citado nas investigações da PF, o deputado paranaense não é acusado de participação no esquema.

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O escritório curitibano de advocacia Medeiros & Emerick Advogados Associados, que tem o parlamentar como um dos sócios, fez repasses que totalizam cerca de R$ 3,8 milhões para a Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes. A empresa, segundo o fiscal federal agropecuário Daniel Gouvêa Teixeira, que denunciou a corrupção no Mapa à PF, pertenceria, na verdade, a Daniel Gonçalves Filho.

Conforme dados da Receita Federal, o quadro societário da Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes é formado atualmente por Murilo Medeiros − irmão do deputado estadual Tião Medeiros – e pela Centerlog Serviços e Participações. Esta última empresa tem como um dos proprietários Adriano Emerick, que também é sócio do parlamentar no escritório Medeiros & Emerick Advogados Associados.

Trecho da representação entregue pela PF à Justiça Federal aponta que “uma parte significativa dos créditos (R$ 3.785.060,54), nas contas bancárias da empresa Portal Operações Portuárias, teve por origem a pessoa jurídica Medeiros & Emerick Advogados Associados, demandando a análise das relações comerciais/negociais entre esses dois entes jurídicos”. A “vultosa quantia” foi paga em 137 operações.

Tanto Tião Medeiros quanto Adriano Emerick já foram sócios da Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes.

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Mais ligações

“Pagamentos suspeitos” entre 2012 e 2014, segundo a PF, também ocorreram da Fortesolo Serviços Integrados para a Dalchem Gestão Empresarial, que seria uma empresa “fictícia” de Curitiba ligada a Daniel Gonçalves Filho e está no nome da mulher e do filho dele. A Fortesolo tem como proprietários Almir e Valdécio Bombonatto. Este último também já pertenceu ao quadro societário da Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes.

Além disso, segundo registro da Receita Federal, a Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes e a Fortesolo Serviços Integrados ficam no mesmo endereço em Paranaguá e possuem o mesmo número de telefone. “Essa empresa merece especial atenção”, diz a PF em relação à Fortesolo, que responde a diversos autos de infração no Mapa.

Outro ex-sócio da Portal Operações Portuárias/Fênix Fertilizantes é Perito Garcia. Além de também já ter figurado no quadro societário da Dalchem, ele “mantém contato muito próximo com Daniel Gonçalves Filho, referindo-se a ele como ‘compadre’, ‘irmão’, ‘padrinho’, marcando com ele reuniões em locais seguros e privativos e tratando-o como sócio”.

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