
- Exame comprova que deputado estava alcoolizado no momento do acidente
- Imagens mostram Carli Filho com duas taças de vinho pouco antes do acidente
- Novo pedido de cassação é protocolado contra Carli Filho
- Radares não flagraram Carli Filho na noite do acidente
- Exame descarta cocaína e remédios no sangue do deputado
- Familiares e amigos de jovens mortos em acidente fazem passeata pela paz
- IML procura laboratório para exame de maconha no sangue do deputado
- 23 multas por excesso de velocidade
O deputado Fernando Ribas Carli Filho (PSB) só será ouvido pela polícia depois que deixar o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, informou o delegado Armando Braga de Moraes, da delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) nesta segunda-feira (25). Carli Filho está hospitalizado desde o dia 7, quando se envolveu em um acidente que resultou na morte de duas pessoas.
Por ser parlamentar, a legislação garante o direito a Carli Filho de escolher o dia e o local para ser ouvido pela polícia. O delegado, que preside o inquérito policial civil, disse que vai reunir todas as provas periciais e ouvir as testemunhas antes de notificar o deputado para marcar a data do depoimento.
Moraes informou que só fará a notificação depois que o parlamentar receber alta e evitar que haja questionamentos judiciais. "Assim evitamos alegações de que o deputado estava sobre efeito de medicação durante o depoimento", explicou. De acordo com a assessoria do hospital, não há previsão de alta para o deputado.
Exame toxicológico
O Instituto Médico-Legal (IML) do Paraná entregou à polícia, nesta segunda-feira (25), o laudo do exame toxicológico do sangue do deputado Fernando Ribas Carli Filho (PSB), envolvido em um acidente que resultou na morte de duas pessoas. Não foram encontrados vestígios de cocaína, ecstasy ou anfetamina. O IML, porém, ainda procura um laboratório que seja capaz de fazer a análise da presença de maconha, pois só faz o exame em amostras de urina. "O mais comum, realizado em todos os laboratórios públicos ou particulares, é o exame em urina. No entanto, só temos amostra de sangue e são raros os laboratórios que fazem o exame através do sangue", disse o interventor do IML, coronel Almir Porcides Júnior, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp).
O perito José Escorsin Neto informa no laudo, ainda segundo a Sesp, que as amostras de sangue não foram coletadas especificamente para o exame toxicológico e sua manipulação para outros exames poderia interferir no resultado desta análise. "O resultado do exame do IML é 100% confiável. Entretanto, não podemos afirmar que as amostras de sangue foram manipuladas e acondicionadas da maneira específica para este exame, o que pode interferir no resultado", explicou Porcides.
De acordo com o laudo, não foram detectadas drogas, como cocaína e ecstasy. Também não foram detectados outros compostos que podem potencializar a ação do álcool no organismo, como os estimulantes (anfetamina, metanfetamina) e os compostos químicos para emagrecer (anfepramona, femproporex, manzidol, sibutramina e efedrina).
Álcool
Na segunda-feira (18), a Sesp divulgou o resultado do exame de dosagem alcoólica que comprovou que o deputado estava embriagado na madrugada do acidente. De acordo com o laudo, havia no sangue do deputado 7,8 decigramas de álcool, por litro de sangue. Para o Código de Trânsito, artigo 306, 6 decigramas já são considerados crime.
Para o advogado Elias Mattar Assad, contratada pela família de um dos jovens mortos no acidente, disse que mesmo com as ressalvas feitas pelo IML os exames não ficam invalidados como prova contra o deputado. "O exame foi científico. Não tem como esconder o álcool que tinha no sangue", afirmou.
Passeata
Familiares e amigos de Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, jovens mortos no acidente de carro que envolveu o deputado no dia 7 de maio, realizaram na manhã deste domingo (24) uma passeata, em Curitiba, para pedir paz e justiça.
A caminhada partiu do cruzamento entre as ruas Monsenhor Ivo Zamlorenzi e Paulo Gorski, no Mossunguê, local da tragédia, por volta das 10h30 e seguiu até o Parque Barigüi por volta do meio-dia, fim da manifestação. As pessoas cantaram músicas que abordavam o tema da paz e aplaudiram os discursos dos familiares das vítimas.



