
Os deputados estaduais assumiram ontem abertamente, pela primeira vez, que querem a implantação do plano de aposentadoria complementar dos parlamentares. A criação do fundo, que vinha sendo tratada apenas nos bastidores, foi tema de debate no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná.
Há cerca de duas semanas circula pelo plenário um requerimento, que será entregue ao presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), por meio do qual os deputados solicitam a publicação da lei que criou o plano de previdência do Legislativo, em dezembro de 2008. A instituição do fundo depende do aval da Presidência da Assembleia para sair do papel. Ontem, Rossoni, que disse ser contra o plano, afirmou que só sabe da movimentação pelo que tem lido na imprensa.
Da tribuna, Rasca Rodrigues (PV) defendeu o fundo ao afirmar que o Legislativo não pode ser discriminado em relação ao outros poderes, que têm o instituto da aposentadoria. Ele também disse que é preciso ter coragem para discutir abertamente o tema. "Ou então fica-se com uma posição em plenário de um jeito e, na imprensa, de outro", afirmou. O parlamentar fez referência a um levantamento realizado pela Gazeta do Povo em que 19 deputados preferiram não opinar sobre o assunto 19 se disseram favoráveis e 13 contrários.
Líder do governo, Ademar Traiano (PSDB) declarou que chegou a hora de a Casa parar com o "engodo" ao falar da criação do fundo. "Temos de nos despir dessa coisa. Muitos não têm coragem de assumir [sua posição]", disse.
Para requerer o benefício, que hoje seria de R$ 17 mil mensais, o parlamentar deve ter cumprido 20 anos de mandato eletivo e contribuído por, no mínimo, cinco anos com o fundo. De acordo com as estimativas, seriam necessários pelo menos R$ 50 milhões para iniciar o sistema.



