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Legislativo estadual

Deputados divulgarão gastos em dois meses

Pacote da transparência, aprovado pela Assembleia, exige a publicação das despesas em 60 dias. Mas dados poderão demorar até outubro para estar na internet

Durval Amaral (DEM), um dos autores do pacote da transparência, confere em seu laptop o modelo de divulgação dos dados da Assembleia que será colocado na internet: promessa é de que em dois meses algumas informações já estarão disponíveis | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Durval Amaral (DEM), um dos autores do pacote da transparência, confere em seu laptop o modelo de divulgação dos dados da Assembleia que será colocado na internet: promessa é de que em dois meses algumas informações já estarão disponíveis (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

A prestação de contas detalhada dos gastos dos 54 deputados estaduais do Paraná poderá ser consultada por qualquer cidadão em 60 dias na Assembleia Legislativa, quando entra em vigor o chamado "pacote da transparência", aprovado ontem na Assembleia Legislativa.

O primeiro passo para tornar públicas informações jamais divulgadas pelo Legislativo foi dado ontem com a aprovação, em primeira votação, de três projetos de resolução que criam o Portal da Transparência Pública, mudam as regras para uso da verba mensal de indenização dos parlamentares e tornam mais rigorosa a contratação de assessores. Hoje, os três projetos devem ser votados em segunda votação. Como se trata de um pacote de resoluções legislativas, para entrar em vigor não há a necessidade de sanção do governador Roberto Requião.

Embora as leis entrem em vigor em 60 dias, quando já será possível requerer à Mesa Executiva informações sobre como os parlamentares usam a verba indenizatória de R$ 27,5 mil mensais, não há um prazo exato para que os dados estejam disponíveis na internet. As prestações de contas serão disponibilizadas de forma gradativa no Portal da Transparência, que será criado no site da Assembleia Legislativa (www.alep. gov.br). O portal também vai reproduzir a lista de funcionários comissionados e efetivos do Legislativo que foi divulgada na quarta-feira passada.

De acordo com o projeto, o site deverá estar totalmente pronto em outubro – seis meses após a lei entrar em vigência. Apesar disso, a previsão da comissão especial de deputados que elaborou os projetos é de que em dois meses boa parte das informações, como as despesas da verba de indenização, já estejam publicadas.

"Precisamos desse prazo para adequar a parte técnica (do site)", disse o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Durval Amaral (DEM). Ele integrou a comissão especial criada para elaborar as propostas junto com o presidente da Assembleia, Nelson Justus, o primeiro-secretário, Alexandre Curi (PMDB), e o diretor-geral da Casa, Abib Miguel.

No site, a população poderá ainda acessar o nome do deputado e consultar as despesas pessoais e de gabinete que são reembolsadas pela Assembleia. Os gastos deverão ser comprovados por meio de notas fiscais, com a inscrição do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) dos prestadores dos serviços.

Além de tornar pública pela primeira vez na história a prestação de contas dos deputados, os projetos criam novas regras para o uso da verba de indenização. De um total de R$ 27,5 mil, os gastos com combustível e transporte aéreo não podem ultrapassar R$ 9 mil e as despesas com telefone e correio foram limitadas em R$ 3 mil. O restante – R$ 15,5 mil – poderá ser usada em despesas gerais. Atualmente, não há limites de gastos para o deputado receber o reembolso. Também não havia divulgação de como essas despesas eram feitas.

O projeto prevê ainda que os dados do Portal da Transparência serão atualizados mensalmente. As despesas com viagens nacionais e internacionais dos deputados em missões oficiais também deverão ser publicadas no Portal da Transparência.

Uma deficiência do projeto, segundo o deputado Tadeu Veneri (PT), é que ele não obriga que a lista de servidores que será divulgada na internet indique em qual gabinete cada funcionário trabalha. Apesar disso, Veneri diz acreditar que esse detalhamento deve ocorrer no futuro. "Estamos só começando. Ao menos agora se acende uma luz, um aviso que o servidor que não trabalha pode ser pego."

Deputado propõe regra menos rígida O deputado Élton Wélter (PT) vai apresentar na sessão de hoje uma emenda ao pacote da transparência. Ele quer deixar menos rigorosa a regra para contratações de funcionários e defende que os deputados possam nomear pessoas que já tenham emprego na iniciativa privada para prestar serviço "parcial" nos gabinetes. Apesar disso, o petista propõe algo que já está previsto no projeto original. Assessores podem trabalhar na iniciativa privada desde que não haja "incompatibilidade de horário" e que não sejam servidores públicos.

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