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Plenário da Assembleia: gastos com verba de ressarcimento somaram R$ 2,13 milhões em novembro. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Plenário da Assembleia: gastos com verba de ressarcimento somaram R$ 2,13 milhões em novembro.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Com o ano chegando ao fim, os deputados estaduais colocaram o pé no acelerador nos gastos com as verbas a que têm direito para custear o mandato. No mês de novembro, eles gastaram R$ 2,13 milhões – contra uma média de R$ 1,5 milhão nos outros meses do ano. Além disso, dos dez maiores pagamentos ressarcidos, oito foram realizados em novembro. O gasto “extra” se deu, principalmente, com serviços de impressão de materiais gráficos e pesquisas de opinião.

Parlamentares mudaram. Práticas de gastos não

Entre 2014 e 2015, houve uma renovação significativa na Assembleia. Dos atuais 54 deputados, 21 não estavam na Casa no ano passado. Isso, porém, não se refletiu em uma alteração significativa no uso da cota parlamentar. Entre fevereiro, mês em que os novos deputados tomaram posse, e novembro de 2015, o total gasto quase não variou em comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 2015, descontando janeiro (antes da posse dos novos deputados) e dezembro (ainda não contabilizado), os parlamentares gastaram R$ 15,6 milhões. No mesmo período, em 2014, o gasto foi de R$ 15,3 milhões. Isso significa, basicamente, que a maioria continua gastando próximo ao teto permitido pela Casa, de R$ 31,4 mil por mês.

A principal diferença foi a distribuição dos gastos ao longo do ano. Em 2014, por ser ano eleitoral, várias despesas – como divulgação em revistas – não podiam ser realizadas entre agosto e outubro. Assim, os deputados concentraram seus gastos antes e depois desse período. Em 2015, os gastos foram mais nivelados ao longo do ano, com um pico em novembro. (CM)

O tempo ajuda a explicar esse aumento súbito. Pelas regras da Assembleia para ressarcimento dessas despesas, cada deputado tem uma cota de R$ 31,4 mil para gastar por mês. Esse dinheiro pode ser gasto com 32 itens, incluindo combustível, aluguel de escritórios e de imóveis, divulgação do trabalho e serviços de consultoria – desde que ligados ao exercício do mandato.

Se o deputado deixa de gastar esses R$ 31,4 mil, a diferença fica como “crédito” para os meses seguintes. Entretanto, na virada do ano, esses “créditos” vencem. Assim, os parlamentares aproveitam os últimos meses do ano para gastar tudo o que economizaram em meses anteriores. Em 2014, essa tendência foi ainda mais acentuada.

Gráficas e pesquisas

Em novembro, oito deputados gastaram acima de R$ 10 mil com impressão de materiais, que podem ser panfletos, informativos ou outdoors. O gasto mais alto foi do deputado Felipe Francischini (SD), que pagou R$ 31,5 mil à empresa Plural Marketing por esse serviço. Outros dois usaram suas verbas na empresa Loom Publicidade, de marketing direto.

Três deputados usaram esse dinheiro extra para realizar pesquisas de opinião. Entre eles, Ademar Traiano (PSDB), presidente da Casa, pagou R$ 30 mil para a Radar Estatística. Também usou desses serviços Maria Victoria (PP), pré-candidata à prefeitura de Curitiba – ela pagou R$ 12,4 mil em uma pesquisa da Datavox Assessoria e Pesquisa.

Há, ainda, alguns gastos curiosos. Luiz Carlos Martins (PSD), por exemplo, gastou R$ 37,5 mil em uma agência de correios na Barreirinha. Luiz Claudio Romanelli (PMDB) pagou R$ 15 mil a um escritório de contabilidade. Já Professor Lemos (PT) pagou R$ 15 mil por uma consultoria do economista Cid Cordeiro.

Por fim, outro gasto relevante neste mês foi com escritórios de advocacia. Quatro deputados pagaram mais de R$ 10 mil em novembro por serviços de advogados, ainda que possam contratar profissionais dessa área para atuar como comissionados nos gabinetes.

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