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Legislativo

Deputados negam pedido para STJ processar Richa

Parecer aprovado em sessão secreta será votado pelo plenário da Alep. Irregularidade teria sido cometida quando tucano era prefeito de Curitiba

Richa teria empregado R$ 100 mil destinados à saúde, quando era prefeito, em desacordo com a lei | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Richa teria empregado R$ 100 mil destinados à saúde, quando era prefeito, em desacordo com a lei (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Em reunião secreta, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou ontem parecer negando pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para julgar o governador Beto Richa (PSDB) por desvio de finalidade no uso de verbas da saúde quando ainda era prefeito de Curitiba. O relator do caso foi o próprio líder do governo na Casa, Ademar Traiano (PSDB). O líder do PT, Tadeu Veneri, chegou a apresentar um voto em separado a favor do pedido do STJ, mas foi derrotado.

O relatório aprovado pela CCJ – ao qual não foi possível ter acesso – será votado hoje, a partir das 10 horas, no plenário da Alep. Mais uma vez, a sessão será a portas fechadas. A justificativa do presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), é que o processo tramita em segredo de Justiça.

"Gostaria de ter autoridade para que o assunto pudesse ser discutido abertamente, mas temos de tomar todo o cuidado até para não incorrer em quebra de decoro parlamentar", afirmou o tucano. "Lamento [ter de realizar a sessão secreta], até porque se trata de uma questão insignificante, que não tem nada a ver com desvio de verba. Se o debate fosse aberto, a população entenderia muito mais facilmente."

O requerimento para que a sessão de hoje seja realizada a portas fechadas foi aprovado com voto contrário da bancada do PT. Aos petistas, porém, Rossoni garantiu que apenas a discussão será secreta. Os votos dos deputados serão divulgados no Portal da Transparência da Casa, prometeu.

Entenda o caso

Beto Richa é alvo da Ação Penal 687, que tramita no STJ. Em junho de 2009, o Mi­­nistério Público Federal (MPF) ofereceu ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Re­­gião uma denúncia contra ele por suposta irregularidade praticada entre 2006 e 2008, quando era prefeito de Curitiba. Richa teria empregado R$ 100 mil de recursos públicos do Fundo Nacional de Saúde em desacordo com os planos a que o dinheiro se destinava.

De acordo com a Cons­­tituição do Paraná, é necessária a licença prévia da Assembleia para processar e julgar o governador. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pede no STF que esses dispositivos sejam declarados inconstitucionais.

Em novembro de 2011, o STJ expediu ofício para o Legislativo paranaense solicitando a autorização para julgar Richa. Desde então, o pedido seguia engavetado por Rossoni. No final de setembro, a oposição solicitou a ele que a autorização fosse analisada, o que finalmente ocorreu nesta semana.

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