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Legislativo

Deputados se queixam do estilo Cunha

Parlamentares acusam presidente da Câmara dos Deputados de ser “autoritário” e “personalista”

Eduardo Cunha: medidas coercitivas para garantir a presença de deputados em plenário. | Ueslei Marcelino 
/Reuters
Eduardo Cunha: medidas coercitivas para garantir a presença de deputados em plenário. (Foto: Ueslei Marcelino /Reuters)

A busca por uma Câmara independente e que afirmasse sua força perante o Executivo era um desejo generalizado entre os deputados, mas a condução dos trabalhos com mão de ferro, como tem feito o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está gerando reações contrárias. Se em um primeiro momento os deputados ficaram atônitos com a nova ordem imposta pelo peemedebista, agora começam a se acumular queixas sobre seu estilo, considerado “autoritário” e “personalista”.

Cunha tem garantido a presença dos deputados em plenário com medidas coercitivas, como o corte do ponto em caso de ausência e restringindo a possibilidade de justificar a falta. Uma das estratégias para exercer controle é o uso do elemento surpresa e a rapidez. Segundo relatam deputados, Cunha decide com seus mais fiéis aliados projetos que pretende aprovar e os leva ao plenário sem avisar às demais bancadas.

Muitas vezes, quando um deputado percebe do que se trata, já é tarde demais. Isso ocorreu, por exemplo, quando a Câmara aprovou, em votação simbólica, urgência para o texto sobre indexador da dívida, deixando o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), sem reação.

Em tom de brincadeira, mas demonstrando preocupação, deputados contam que sequer podem ir ao banheiro quando o presidente da Casa inicia uma sessão, pois correm o risco de perderem, em questão de poucos minutos, importantes votações.

Cunha desdenha: “Em qualquer meio profissional é assim, você não pode ficar se ausentando a hora que quiser, tem que estar atento no seu trabalho”.

Deputado com mais mandatos na Casa, Miro Teixeira (PROS-RJ) elogia a atuação de Cunha para demonstrar à sociedade a separação entre os poderes da República, garantir quórum às sessões e manter deputados em plenário votando, mesmo nas tardes de quinta-feira. Mas afirma que se o papel de “diretor do RH” está sendo bem desempenhado, o “ativismo legisferante” ainda não resultou em ganho real para a sociedade e para a melhoria do debate político.

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