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ameaças ao governo

Desgaste da base e Lava Jato são ameaças ao ajuste do “Plano Temer”

Presidente se vê cercado apenas sete meses após a posse na Presidência

Raul Jungmann, da Defesa (à esq,); Michel Temer (ao centro) e José Serra, das Relações Exteriores | Beto Barata / PR
Raul Jungmann, da Defesa (à esq,); Michel Temer (ao centro) e José Serra, das Relações Exteriores (Foto: Beto Barata / PR)

O presidente Michel Temer (PMDB) conseguiu até agora aprovar no Congresso as principais medidas de seu plano de gestão. Mas, apenas sete meses após a posse dele na Presidência, sua base aliada começa a dar os primeiros sinais de desgaste. A Operação Lava Jato é outro fator que poderá ameaçar a continuidade de seu projeto no ano que vem.

Integrante da base, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) sugeriu na terça-feira (13) que Temer antecipe as eleições de 2018 diante da crise de credibilidade do governo e do Congresso – desencadeada pela citação de importantes integrantes do governo - o presidente, inclusive -, de senadores e de deputados nas delações premiadas dos executivos da empreiteira Odebrecht.

No mesmo dia, a aprovação definitiva da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, do teto dos gastos, no Senado mostrou a força do governo no Congresso, mas acendeu o alerta. Foram 53 votos favoráveis e apenas 16 contrários. Um placar elástico. Mas, que representou uma queda em relação ao primeiro turno, quando 61 senadores haviam votado a favor.

Outro sinal amarelo envolve atritos dentro da própria base. Temer escolheu o deputado tucano Antonio Imbassahy para ocupar a Secretaria de Governo – cargo responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso, vago desde a demissão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Mas o “Centrão”, bloco informal que reúne parlamentares de 13 partidos, não gostou e pressionou o presidente a rever a decisão. Temer cedeu e desistiu de Imbassahy.

Desenrolar da operação

O desenrolar da Operação Lava Jato é outra ameaça para o sucesso do projeto de Temer. O próprio presidente foi citado nas delações da Odebrecht, além de vários ministros. O secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, é um dos integrantes do alto escalão implicado nos depoimentos. Nesta semana, foi noticiado que ele já teria até mesmo a carta de demissão redigida – algo que Moreira Franco nega.

O secretário-executivo é responsável pelo plano de concessões e privatizações – uma das colunas de sustentação do governo Temer. Nesse caso, porém, pelo menos parte significativa do projeto já está encaminhada e não deve sofrer paralisia em uma eventual troca de comando do programa.

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