
Se dependesse da opinião dos eleitores do Paraná hoje, a eleição para presidente da República em 2014 estaria indefinida e Dilma Rousseff (PT) não venceria no primeiro turno. A petista também correria o risco de ficar em segundo lugar na disputa no estado caso o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) fosse seu adversário (veja no quadro ao lado). Os dados são de uma pesquisa de intenção de votos feitas pelo Instituto Paraná Pesquisas, com eleitores de todo o Paraná, entre os dias 10 e 14 deste mês. A sondagem foi encomendada pela Gazeta do Povo.
INFOGRÁFICO: Confira os números da disputa presidencial
O instituto montou três possíveis cenários de eleição presidencial no estado e, em todos eles, a disputa é acirrada. Dilma varia entre 25% a 30% das intenções de voto e ocupa posições diferentes dependendo dos candidatos da oposição. Além de Serra, aparecem com boas chances na eleição a ex-senadora Marina Silva (sem partido) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) tem no máximo 7% das intenções de voto em todos os cenários.
Para a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o que mais chama a atenção na sondagem é a diferença de cenário quando o candidato tucano é José Serra. "Nas pesquisas nacionais, Serra realmente tem um desempenho melhor do que Aécio. Mesmo assim, ele não é capaz de virar o jogo com Dilma. Porém, no Paraná, ele consegue abalar a disputa", diz. Apesar de ser da mesma legenda do senador Aécio Neves, pré-candidato pelo PSDB, Serra tem sido sondado por outros partidos para ser candidato à Presidência.
Luciana avalia que os recentes escândalos envolvendo o governo tucano em São Paulo não atingem a imagem do partido no Paraná. Para ela, o desconhecimento dos eleitores do estado sobre o trabalho de Aécio ou uma possível rejeição ao seu nome podem explicar o baixo índice do mineiro em comparação a Serra, que foi o primeiro colocado na disputa presidencial no Paraná em 2010.
Queda
Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, também chama a atenção a queda no índice da presidente Dilma em comparação a uma sondagem feita pelo instituto no final do ano passado. Na disputa com Marina, Aécio e Campos, em dezembro, Dilma tinha 50% dos votos no Paraná. Agora, a petista aparece com 30%, empatada com Marina Silva, que subiu mais de dez pontos em relação à última sondagem. "Foi a candidata que mais tirou proveito da queda da Dilma", aponta.
"Marina foi a candidata que mais se beneficiou com os movimentos das ruas [em junho], pois traz como marcas valores anticorrupção e pós-materialistas", acredita Luciana. O diretor do Paraná Pesquisas também atribui aos protestos de junho a subida de Marina e a queda de Dilma. "Mesmo assim, os outros candidatos também não empolgam. Como já estamos em outro momento, a presidente deve subir nas próximas pesquisas".



