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Presidente e vice

Dilma e Temer: uma relação na corda-bamba

Apesar de Dilma precisar de Temer para afastar impeachment, o vice deve se manter neutro nesta questão

Dilma e Temer nunca foram melhores amigos e o nome dele para vice não agradou a petistas. | Ueslei Marcelino/Reuters
Dilma e Temer nunca foram melhores amigos e o nome dele para vice não agradou a petistas. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A relação entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) tem ficado cada vez mais comprometida. Enquanto Dilma afirma ter “integral confiança” em Temer, o peemedebista confidencia a amigos que “ela nunca confiou” nele, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Só que cada vez mais o governo tem precisado do vice. Após a deflagração do processo de impeachment contra Dilma pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Planalto e o PT têm cobrado de Temer uma postura de defesa do governo–o que não deve acontecer.

Dilma nunca confiou em mim.

Michel Temer, vice-presidente, em uma conversa com amigos, segundo a Folha de S. Paulo

O ex-deputado federal paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB), que é ligado à vice-presidência, afirma que Temer, por seu histórico, deve se manter afastado do tema. “Temer é um constitucionalista e isso implica numa premissa que é a harmonia entre os poderes, porque a Constituição assim define. Se ele trabalhasse em desarmonia com o Legislativo isso não seria bom para o país e nem para a Constituição. No momento em que ele mantém uma postura discreta e serena, mostra que confia nas instituições”.

Segundo Rocha Loures, a relação entre Dilma e Temer se mantém respeitosa, mas ele lembra que foi a presidente que afastou o vice da articulação política. “Em todos os momentos que ele foi chamado a colaborar, ele colaborou. Eu sou testemunha porque estive lá com ele. Mas a escolha de tê-lo convidado a colaborar na matéria do ajuste fiscal e a escolha de tê-lo afastado do trabalho da articulação política foi da presidente.”

Dilma e Temer nunca foram melhores amigos e o nome dele para vice não agradou a petistas. Temer nunca foi próximo de Lula, mas a relação de dependência do PT ao PMDB fez com que o ex-presidente aceitasse o nome.

No primeiro mandato, Temer se manteve discreto. Já no segundo, Dilma solicitou que ele assumisse a articulação. A relação estremeceu depois que o vice disse em agosto que o país precisava de alguém com capacidade para reunificar a nação. Após a fala, Dilma retirou poderes de Temer, que renunciou ao cargo de articulador.

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