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Esplanada

Dilma terá de conciliar interesses divergentes na reforma ministerial

Presidente pretende enxugar pastas e incluir o PSD no governo sem desagradar aliados. Mudanças serão definidas em janeiro

Veja quais são os próximos ministros que devem ser substituídos |
Veja quais são os próximos ministros que devem ser substituídos (Foto: )
Dilma: fidelidade do partido será critério de escolha dos novos ministros |

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Dilma: fidelidade do partido será critério de escolha dos novos ministros

Com seis demissões de ministros já no seu primeiro ano de governo e diante da possibilidade de ter de exonerar o sétimo (Carlos Lupi), a presidente Dilma Rousseff poderá ser obrigada a fazer uma reforma ministerial menos ampla do que pretendia em janeiro. A margem de manobra de Dilma para contentar os atuais aliados tende a ser ainda menor diante da possível incorporação ao primeiro escalão do recém-criado PSD e da intenção da presidente de extinguir algumas pastas. Estariam na mira desse enxugamento administrativo os ministérios da Pesca e dos Portos e outras secretarias com status de ministério que podem ser incorporadas a pastas maiores.

As seis trocas efetuadas até o momento diminuíram as opções para Dilma fazer mudanças mais significativas – até mesmo porque vários dos nomes que deixaram o governo já eram citados anteriormente como fortes candidatos a saírem na reforma ministerial. Inicialmente, o objetivo da presidente era reduzir o poder dos "feudos" partidários na Esplanada. Mas, obrigada a demitir ministros envolvidos em escândalos, a presidente optou por substituí-los por integrantes dos mesmos partidos dos antecessores. E, assim, acabou mantendo os "feudos" que pretendia diminuir.

Critério

No critério de mudança, Dilma deve levar em conta os ministros problemáticos, que tiveram desempenho abaixo do esperado, e aqueles que perderam sustentação política dentro de seus próprios partidos. Neste último grupo, além de Carlos Lupi (Trabalho), está o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP).

Também têm grandes chances de sair a ministra Ana de Hollanda (Cultura) e Afonso Florence (Desenvol­­­vimento Agrário). Ana tem sido alvo do "fogo amigo" dentro do governo. E Florence, para o PT, tem feito uma gestão apagada.

Já é certo também que o ministro da Educação, Fernando Haddad, escolhido como candidato do PT à prefeitura de São Paulo, vai sair para disputar a eleição. Também sinalizam com a possibilidade de lançar candidatura no ano que vem os ministros Fer­­nando Bezerra Coelho (Integração Nacional) à prefeitura de Recife (PE), e Iriny Lopes (Secretaria de Mulheres), em Vitória (ES).

Grau de fidelidade

Na nova geografia da Esplanada dos Ministérios, explicou um auxiliar direto da presidente, Dilma não irá desconsiderar a relação de força entre os partidos aliados. Dentro dessa lógica, será avaliado o grau de fidelidade das legendas nas votações em 2011 no Congresso como um critério objetivo para as substituições.

Antes mesmo de Dilma iniciar as negociações, já há lobby de partidos, principalmente do PT e do PMDB, para ocupar espaços e indicar nomes. Os petistas pressionam pela indicação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para um ministério de visibilidade, depois que ela desistiu da pré-candidatura à prefeitura de São Paulo em favor de Haddad.

Um fator novo que será avaliado é o espaço do PSD no governo, o novo partido que já tem a terceira maior bancada na Câmara. Apesar de o prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ter afirmado que a sigla é independente, há o reconhecimento no Planalto que será preciso contemplar a nova legenda, que age no Congresso como partido governista.

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