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Dilma terá de criar identidade própria

Em caso de reeleição de Dilma, PT ficará no poder por 16 anos | Ueslei Marcelino/Reuters
Em caso de reeleição de Dilma, PT ficará no poder por 16 anos (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff tem sido estimulada a criar uma marca forte do seu governo a partir deste ano para ter uma identidade própria que a diferencie da imagem de governo social, já conquistada pelo ex-presidente Lula. Com a gestão ofuscada em 2011 pelo "marketing da faxina", a ordem é tentar firmar uma imagem de gestora capaz para os próximos três anos.

Mas é neste ponto que começam as divergências: enquanto o marketing palaciano tem batido na tecla do Brasil Sem Miséria, focando nas ações sociais, um grupo próximo da presidente — inclusive Lula — propõe que ela recupere rapidamente o carimbo de uma grande gestora. A avaliação desse grupo é que a marca do social já foi conquistada por Lula e não adianta querer competir neste campo.

Para este grupo, um rótulo na mesma linha do carimbo de "mãe do PAC", que marcou a campanha presidencial, seria mais eficaz do que o de "mãe dos pobres". Por­­tan­­to, o desafio de Dilma seria apontar soluções para os principais problemas de infraestrutura, turbinando o PAC e obras estruturantes para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.

"A marca Brasil Sem Miséria é tão vazia como foi o Fome Zero. O governo Dilma tinha que apostar numa marca própria. O culto da esmola está esgotado. Dilma tem que encontrar sua própria personalidade em cima da gestão, que é o seu forte", diz um interlocutor palaciano.

Internamente, o maior defensor da ideia de investir no marketing social é o publicitário João Santana, responsável pela campanha presidencial de 2010. Foi dele a ideia do slogan Brasil Sem Miséria.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) defende que a preocupação do governo Dilma deve ser com a economia e geração de empregos. Ele frisa que o grande desafio da presidente será manter e até ampliar o número de mais de 30 milhões de brasileiros que ingressaram na classe média no governo Lula.

"A gestão precisa ser a marca preponderante para enfrentar a crise econômica. O grande desafio será manter os empregos nesse momento", diz Lindbergh.

A avaliação mais comum no PT é que, dificilmente, o mandato de Dilma poderia superar o legado da era Lula na área social. Por isso, a preocupação petista com o foco na gestão de obras de infraestrutura para que Dilma se consolide nos próximos três anos.

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