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Em nome da governabilidade, a presidente Dilma Rousseff terá de se render ao PMDB e às habilidades políticas de seu vice Michel Temer. A avaliação é do cientista político Rubens Figueiredo, que vê dificuldades do governo em equilibrar administração e política. "O Temer seria o melhor nome, ele tem mais vocação para isso. Mas não adianta ter apenas vocação, a eficácia do articulador depende do trânsito no governo", ponderou.

Com a saída de Antonio Palocci e a chegada de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, muda-se radicalmente o perfil da pasta, que deixa de ser política e passa a ser gerencial. "Um governo é a equação entre política e administração, senão não se aprova nada no Congresso. E onde está o político deste governo?", questionou.

Figueiredo lembrou que a dobradinha Lula e Dilma foi bem sucedida porque o ex-presidente tinha o perfil político, enquanto Dilma na Casa Civil era a técnica. "Ela podia bater na mesa porque tinha respaldo político", disse.

Na busca pelo equilíbrio entre gestão e política, Dilma terá de rever sua relação com a base e abrir espaço para os aliados, diz o cientista. Isso não significa que ela terá condições de se dedicar à trabalhosa tarefa de negociar. "A articulação política é um pepino, não é uma tarefa das mais agradáveis", afirmou.

Sem Palocci e sem substitutos com os mesmos predicados do ex-ministro, Figueiredo diz acreditar que Dilma não terá outra opção senão abrir espaço para seu vice. "O Temer não tinha trânsito, mas acho que o governo agora terá de aprender a abrir espaço", finalizou.

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