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Denúncia

Dinheiro público banca serviço interno do PV

Pagos pela Câmara de Curitiba, funcionários de vereadores do partido não trabalham apenas no Legislativo

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O Partido Verde (PV) usa servidores comissionados da Câmara de Curitiba para realizar serviços internos da legenda. Esses funcionários estão nomeados em gabinetes dos vereadores do PV, são pagos com recursos do Legislativo municipal, mas não trabalham apenas na Câmara. Em pelo menos dois casos – de ex-servidores do gabinete do Professor Galdino (PV) –, eles sequer apareciam na Câmara para cumprir expediente, segundo relato do próprio vereador, que diz que ambos faziam apenas serviços para o PV.

Galdino corre o risco de ser expulso da legenda em uma reunião da Executiva Estadual do PV marcada para hoje. O vereador alega que o processo foi aberto como uma retaliação por ele ter exonerado os dois funcionários, indicados pelo PV para o seu gabinete, que não trabalhavam: o presidente da Juventude do Partido Verde, Raphael Rolim; e a telefonista Rosana Souza de Oliveira.

Oficialmente, Galdino pode ser punido pelo PV devido a possíveis irregularidades na prestação de contas da campanha de 2008 e pelo descumprimento do estatuto e do programa do partido – que prevê que um quinto dos cargos de indicação política a que cada eleito tem direito deve ser preenchidos por pessoas escolhidas pelo partido. No caso, a exoneração dos dois por Galdino teria feito com que essa norma interna fosse descumprida.

Mas o vereador reafirma que o motivo da possível expulsão é uma retaliação. "Eu insisti para que eles (os dois servidores) prestassem o trabalho para o gabinete. Mas eles não fizeram, e eu tive que exonerá-los", afirma Galdino.

Rolim deveria atuar como uma ligação entre o gabinete de Galdino e o partido. No entanto, segundo o vereador, ele nunca assumiu esse papel. Já Rosana, diz Galdino, deveria ser telefonista do gabinete, mas prestava serviço como secretária na sede estadual do PV no Paraná.

O presidente do PV estadual, Melo Viana, admite que os dois trabalhavam para o partido e não diretamente ao gabinete de Galdino. "Ela (Rosana) prestava serviço ao partido, que presta serviço para todos (os vereadores do PV)", diz Melo Viana, que admite que Rosana era paga pela Câmara, mas não prestava um trabalho direto ao gabinete de Galdino. Melo Viana também disse que Rolim trabalhava para o vereador e para todo o partido.

Depois de ter sido exonerado por Galdino, Rolim foi contratado pelo gabinete de Aladim Luciano (PV). Já Rosana não foi recontratada.

A Gazeta do Povo levantou ainda que pelo menos outros quatro servidores comissionados de gabinetes de vereadores do PV (veja quadro) prestam serviço tanto aos legisladores municipais como ao partido, embora sejam pagos apenas pela Câmara. A reportagem tentou entrar em contato com todos eles, mas a assessoria de imprensa do PV informou que apenas Melo Viana falaria sobre o caso.

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