
A direção do PT estuda um modo de evitar ao máximo a discussão, em um ano pré-eleitoral, sobre o retorno do ex-tesoureiro Delúbio Soares, que pediu oficialmente à direção do partido para voltar à legenda.
Em princípio, o caso seria analisado em uma reunião do Diretório Nacional marcada para o próximo dia 8. Mas o comando do PT decidiu inclusive adiar outro assunto que seria debatido na reunião, o novo Código de Ética do partido, para esfriar o encontro e evitar que o tema Delúbio também venha a ser tratado.
Pela estratégia combinada nesta semana, com o apoio do Palácio do Planalto, dois dirigentes do PT alegarão, na reunião do Diretório, que o momento é inadequado para mexer nesse vespeiro. Os petistas escalados vão argumentar que o tema ressuscitará a crise do mensalão justamente na hora em que o PT enfrenta um quadro de vulnerabilidade, com rumores sobre a troca de candidato à Presidência após a revelação de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, faz tratamento para combater um câncer linfático.
A intenção é adiar ao máximo a votação final do pedido de Delúbio, na tentativa de evitar mais desgaste num ano pré-eleitoral. Desafetos do ex-tesoureiro afirmam que, com esse sinal, ele acabará retirando o pedido do PT para se filiar ao PMDB.
O roteiro traçado, porém, não é de fácil execução. Emissários que conversaram com Delúbio a pedido de Lula, há cerca de 15 dias, acharam que ele está irredutível. Tudo indica que a briga promete esquentar no Diretório, já que o ex-tesoureiro também tem aliados na tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), a corrente de Lula.
Delúbio quer a reintegração às fileiras petistas para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, em 2010, por Goiás. Desde que foi expulso do PT, ele está sem legenda. Pela lei, precisa ter a filiação deferida por um partido ao menos um ano antes da eleição ou seja, até outubro.



