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Conflito

Disputa de terra no Pará já provocou 237 crimes nos últimos anos

Dos 588 crimes no campo listados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) nos últimos anos, 237 (40%) apresentam o conflito pela posse da terra como motivação. Outros 38 (6%) apontam motivos diversos, como crime passional. Os 313 restantes, que correspondem a 54%, ainda estão indefinidos. Esses foram os dados apresentados pelo Tribunal de Justiça do Pará a respeito dos crimes no campo. O relatório foi apresentado pelo presidente do TJ, desembargador Milton Nobre.

O relatório mostra que em 34% dos casos, há registros de inquérito ou processo, e que em 22% dos casos as informações existentes são insuficientes para as buscas, dificultando os trabalhos da equipe. O relatório mostra ainda um mapeamento dos processos. Em 8% das ações penais, há insuficiência de dados e em5% das ações, os réus foram condenados. Em 1%, os acusados foram absolvidos; em 4% os processos estão na fase de pronúncia; em 2% estão em alegações finais; em 8% estão na fase de instrução penal e em 2% estão sob investigação policial.

O desembargador explicou que a realização do estudo partiu da necessidade de dar respostas concretas à sociedade e mostrar os números reais sobre as mortes causadas pela disputa de terra no Pará. Ele apontou que a maioria das mortes ocorreram em 1985, mas foram diminuindo à medida que os estados, até então desaparelhados, passaram a se preparar para enfrentar o problema.

- Estamos separando o problema agrário do criminal, que é incidental ao problema agrário e que tem uma leitura de defesa social diferente do problema agrário. O Pará está deixando claro que o problema cível da terra não pode resvalar em graves problemas para área de defesa social - disse.

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