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Caso cachoeira

Divisão de cargos e texto da CPMI irritam oposição

PT e PMDB, que são os maiores partidos do Congresso, devem ficar com a presidência e relatoria da comissão mista de inquérito

ACM Neto quer cargo da CMPI para a oposição, mas Marco Maia garantiu espaço ao PT e  ao PMDB | José Cruz/ABr
ACM Neto quer cargo da CMPI para a oposição, mas Marco Maia garantiu espaço ao PT e ao PMDB (Foto: José Cruz/ABr)

Depois de intensa negociação política, líderes partidários da base aliada apresentaram requerimento para a instalação da CPI do Cachoeira. O documento, que ainda pode ser modificado, restringe a investigação à Operação Monte Carlo e fatos "intimamente" ligados a ela. O texto não agrada a oposição, que reclama que ele é específico demais. Os oposicionistas também reclamaram da falta de espaço que terão na comissão. Segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), PT e PMDB, como maiores partidos, dividirão o comando das investigações.

De acordo com o requerimento, a CPI deve ter a duração de 180 dias. O término deve coincidir com as eleições. E será composta por 15 deputados e 15 senadores com igual número de suplentes.

A partir do requerimento, deputados e senadores começam a colher assinaturas para dar início aos trabalhos. A previsão de Maia é que ela saia do papel no meio da semana que vem.

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), afirmou ontem que o período de abrangência das investigações será a partir do início da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal, em 2009, e que levou à prisão o empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A delimitação do tempo também despertou a ira da oposição.

O líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), reclamou da delimitação do prazo. "O acordo é para investigar tudo que estiver relacionado com Cachoeira. Estão querendo proteger quem? A Delta?", completou Araújo. Já os oposicionistas temem que a CPMI se tornasse muito ampla.

Cargos

O tucano e o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), reivindicam um dos cargos de comando da CPI para a oposição. A comissão, no entanto, deverá ser presidida por um senador peemedebista e um deputado petista deverá ser o relator. "Esperamos que não seja uma CPI chapa-branca", afirmou ACM Neto. "Se a oposição não ocupar um dos cargos, mostrará que o governo quer proteger os seus", disse ACM Neto.

Por outro lado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, conclamou em vídeo que a sociedade se mobilize contra o que chamou de "operação abafa" contra a CPMI. Ele diz que "a bancada do PT na Câmara e no Senado defende uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão".

Investigação

Enquanto a CPMI ainda patina, a corregedoria da Câmara iniciou ontem os trabalhos de investigação sobre o envolvimento dos deputados Sandes Junior (PP-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Rubens Otoni (PT-GO) com Cachoeira. Os três já foram notificados e têm cinco dias úteis para a apresentação de suas defesas. Depois, a investigação terá o prazo de 45 dias para ser concluída.

Cachoeira foi preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro durante a Operação Monte Carlo – ele comandava uma rede de jogos ilegais e de tráfico de influência que cooptou parlamentares, policiais e outros agentes públicos.

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