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Renan diz que renunciar ao cargo seria confissão de culpa

O presidente do Senado, Renan calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer, nesta quarta-feira, que não renuncia para evitar a cassação, e afirmou que, há 80 dias, vem sendo bombardeado por denúncias sem provas.

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Renan propõe discussão entre deputados e senadores sobre CPMF

Diante da perspectiva da emenda constitucional que prorroga a cobrança da CPMF só chegar ao Senado no fim de setembro ou início de outubro, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), sugeriu nesta quarta-feira que o governo promova uma discussão conjunta da matéria com deputados e senadores. Renan alerta que a correlação forças apertada entre governo e oposição no Senado sempre exigiu negociações de temas polêmicos na Casa. A exemplo dos tucanos, ele admite ser favorável à redução gradual da alíquota da contribução, mas desde que isso não comprometa o equilíbrio fiscal do país. Além disso, reconhece a pressão grande para que a receita da CPMF seja compartilhada com estados e municípios.

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Pivô da crise enfrentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a jornalista Mônica Veloso encaminhou na terça-feira à noite ao Conselho de Ética da Casa uma relação de documentos que comprovariam que ela recebeu do senador peemedebista R$ 418.853,20 entre 15 de março de 2004 e 5 agosto de 2007. A maior parte desses recursos teriam sido entregue em dinheiro vivo à jornalista através do lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo e referem-se ao pagamento de pensão alimentícia para a filha que Renan teve com a jornalista.

Os comprovantes de depósitos feitos pela própria jornalista em sua conta bancária e um relatório explicando a movimentação financeira da jornalista, assinado por seu advogado Pedro Calmon, foram encaminhados nesta quarta à Polícia Federal e deverão ser cruzados com os documentos de defesa apresentados por Renan.

O primeiro pagamento feito por Renan, de acordo com os documentos apresentados pela jornalista, teria sido no dia 15 de março de 2004, no valor de R$ 43.200. Segundo explicações do advogado de Mônica, esse dinheiro teria sido usado para pagar o aluguel de uma casa em que morou de por um ano, até março de 2005. O pagamento informal da pensão da filha de Renan teria começado em abril de 2004, quando a jornalista passou a receber R$ 12 mil. Entre os comprovantes apresentados por Mônica Veloso estariam notas de pagamento para duas empresas de segurança - Grupo Griffo e Artec Service - que variam de R$ 1.050,00 a R$ 3.326,43.

Em novembro de 2005, Gontijo teria parado de acertar o pagamento da pensão da jornalista. Nessa época, o advogado de Renan, Eduardo Ferrão, teria feito uma oferta de pensão alimentícia de R$ 3 mil, que foram pagos até maio de 2006. Nos dias 24 de maio e 27 de junho de 2005 teriam sido efetuados dois pagamentos, cada um de R$ 50 mil.

Mônica Veloso alega que se referiam ao pagamento de atrasados, já Renan apresentou recibos assinados pela jornalista que indicam que os R$ 100 mil serviriam para a constituição de um fundo de educação para sua filha. Em maio passado, a pensão paga a jornalista foi fixada em audiência na Vara de Família em Brasília em R$ 7 mil.

O presidente do Senado tenta provar que o dinheiro da pensão pago a jornalista saia de suas próprias contas bancárias e não da empreiteira Mendes Júnior. Esse foi apontado como um dos fatores que levaram os peritos da PF a solicitar o adiamento de amanhã para a próxima segunda-feira do prazo para entrega de suas conclusões.

Renan diz que renúncia seria confissão de culpa

Nesta quarta, Renan voltou a dizer que não renuncia para evitar a cassação, e afirmou que, há 80 dias, vem sendo bombardeado por denúncias sem provas.

- Não renuncio porque seria confissão de culpa. Não renuncio, não adianta. Já me propuseram isso, mas não vou aceitar - afirmou.

Renan voltou a atacar o usineiro e adversário político alagoano João Lyra, que disse ter sido sócio do presidente do Senado em emissoras de rádio no estado. Irritado, Renan cobrou que João Lira também tenha seu sigilo quebrado, disse que o usineiro é ressentido porque atribui a ele a responsabilidade por uma derrota eleitoral e que João Lyra é acusado até de homicídio.

- Eu abri minha alma, meu sigilo, agora é importante que esse João Lyra abrisse suas contas, seu sigilo (...) Não sei se ele vai depor algemado ou não - provocou.

Petista João Pedro será o relator do caso Schincariol no Conselho

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), anunciou na tarde desta quarta-feira que o senador João Pedro (PT-AM) será o relator do processo que vai investigar se Renan atuou como lobista da cervejaria Schincariol. Ao anunciar o relator, Quintanilha disse que o caso deveria ser analisado na Câmara, por envolver o irmão de Renan, Olavo Calheiros (PMDB-AL), que teria vendido uma fábrica de cerveja à Schincariol. Este é o segundo processo aberto contra Renan no Conselho. (Relembre as denúncias contra Renan)

- Eu percebo que este processo seria pertinente de uma análise da Câmara - disse Quintanilha.

Ao ser perguntado sobre o novo processo que vai investigar se atuou como lobista da cervejaria, Renan reagiu com ironia:

- É uma representação inédita. Estão querendo a quebra do decoro da família inteira.

Ao ser informado de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defendê-lo nesta quarta-feira, Renan disse que o presidente já fez isso outras vezes, o que mostra que os dois têm uma relação de amizade, não só política. Depois de almoço no Itamaraty, Lula teria dito que o caso Renan não prejudicou o país até agora porque o Senado está votando várias matérias. Lula teria dito ainda que Renan tem apresentado documentos, mas seus adversários não têm aceitado porque torcem pelo pior.

- Ele já fez isso mais de quatro ou cinco vezes. Demonstra que temos uma relação mais que política - disse Renan na tarde desta quarta-feira.

Tuma ouvirá João Lyra em Maceió

Tuma viaja nesta quinta-feira para Maceió (AL), onde ouvirá o usineiro, que confirmou que diz ter uma sociedade oculta com o presidente do Senado. Segundo Tuma, Lyra afirmou que não gostaria de ir a Brasília.

- João Lyra não vem ao Senado enquanto Renan for presidente, mas prometeu dizer toda a verdade - contou o corregedor, que conversou com o usineiro por telefone na terça.

Coaf vê discrepâncias nas contas de Renan

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta discrepâncias na movimentação financeira do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A análise está em poder do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. O relatório do Coaf não deixa claro o grau de importância das divergências encontradas na movimentação financeira do senador. As informações estão sendo confrontadas com outros dados obtidos pela Procuradoria-Geral. Foi o que mostrou 'O Globo' em reportagem nesta quarta-feira.

Para ampliar a investigação, Antônio Fernando pediu à Polícia Federal cópia do laudo que o Instituto Nacional de Criminalística (INC) está fazendo sobre notas fiscais, guias de transporte de animais e declarações de renda, entre outros papéis apresentados por Renan ao Conselho de Ética do Senado como parte de sua defesa.

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