• Carregando...

Novos depoimentos prestados nesta sexta-feira na 16ª DP (Barra) complicaram a situação dos jovens agressores da empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho, espancada neste sábado na Barra da Tijuca . Uma ex-funcionária de um posto de gasolina no bairro, de 19 anos, identificada por Vanessa, disse que foi roubada no dia 1ª de março por Leonardo Andrade e Rodrigo Bassalo. Segundo a testemunha, ela saía a pé do posto de gasolina onde trabalhava, na Avenida Lúcio Costa, quando foi abordada por rapazes que ocupavam um carro preto. Eles levaram a sua bolsa e a xingaram pensando que fosse uma prostituta. Segundo a testemunha, Leonardo estava armado.

- Um carro com vários jovens, parou, fechou a menina ao sair do posto de gasolina, a confundiram com uma prostituta, tomaram seus pertences. Dois desses jovens, um que apontou a arma para ela, foram reconhecidos. Um jovem é o Leonardo, que estava com a arma, e outro o Rodrigo - contou o delegado Carlos Augusto Nogueira, responsável pelo caso.

De acordo com o policial, a informação sobre esse crime agrava a situação dos jovens porque é mais uma acusação:

- É mais um crime de roubo, com aumento de pena. Aí também corrobora a formação de quadrilha. Outros elementos estavam no interior do carro, mas ela não conseguiu observar.

Além de Vanessa, depôs uma manicure, identificada apenas por Maria, de 42 anos, que estava no ponto de ônibus ao lado de Sirlei e de uma garota de programa, e também foi agredida. Ela reconheceu os cinco rapazes, apontando Rubens Arruda como sendo o primeiro a bater.

- Ela reconheceu os rapazes como agressores, falou que eles bateram muito na Sirlei e que o primeiro a bater nela e na Sirley foi Rubens - contou o delegado.

Grupo surra cinco na mesma noite

De acordo com Nogueira, o grupo teria agredido pelo menos cinco pessoas na mesma noite. A primeira vítima foi uma prostituta que estava num ponto de ônibus na Avenida Lúcio Costa. Identificada como Ângela, ela prestou depoimento na madrugada desta quinta-feira e reconheceu um dos jovens. Em seguida, o grupo parou o carro e um outro ponto de ônibus, onde espancou a doméstica, a manicure e a prostituta identificada como Ana Cláudia, que deve prestar depoimento nesta sexta.

O depoimento de Ângela, nesta quinta, confirma a suspeita da polícia de que esses jovens teriam um histórico de agressões a garotas de programa da região .

Mais tarde, os rapazes ainda seguiram com o carro para um posto de gasolina na Avenida das Américas, onde se envolveram em uma briga com outras 15 pessoas. Os jovens teriam agredido um rapaz, morador da região, que já teria sido identificado, mas está com medo de prestar depoimento. Um funcionário do posto que viu a briga já prestou depoimento, assim como o taxista que anotou a placa dos jovens . A doméstica se encontrou com ele nesta quinta-feira, e chamou o motorista de 'herói' .

Na tarde desta sexta-feira, a doméstica será ouvida no pela Comissão de Combate às Discrimições e Preconceitos da Alerj. Nesta quinta, a Justiça prorrogou a prisão temporária de quatro dos cinco jovens presos. Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, Rubens Pereira Arruda Bruno, Leonardo Pereira de Andrade e Julio Junqueira Ferreira ficarão presos pelo prazo de dez dias, conforme parecer do Ministério Público, o que, segundo o juiz, é possível porque a lei estabelece o seu período máximo em 30 dias. A prisão de Felippe de Macedo Nery já havia sido prorrogada nesta quarta.

Também nesta quinta-feira o sexto jovem acusados de envolvimento na agressão à empregada doméstica, Arthur Fernandes da Paz, prestou depoimento na 16ªDP, mas não foi indiciado. Cercado de repórteres ao deixar a delegacia, ele disse que é contra toda covardia, principalmente contra mulher. Segundo o delegado, ele confirmou que estava com o grupo no carro, mas que estava embriagado e que ficou no veículo. Arthur chegou vestido de terno e acompanhado de dois advogados. Ele não foi reconhecido por Sirlei.

Além de agressão e roubo, tráfico

Um dos acusados de agredir a doméstica também está sendo investigado por tráfico de drogas. O estudante de gastronomia Júlio Junqueira é acusado de vender drogas dentro do condomínio onde ele mora, na Barra . Dois moradores do condomínio Parque das Rosas, onde vive a família do jovem, estiveram nesta quinta-feira na 16ª DP (Barra da Tijuca) para denunciá-lo.

O pai um dos rapazer presos declarou que está com medo. O empresário de informática Sérgio Andrade, pai do jovem Leonardo disse que está recebendo cerca de 200 ameaças por dia pela internet .

- Leonardo tem um filho, que fará 3 anos na próxima semana. As pessoas mandam mensagens ameaçando até o menino.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]