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Youssef deve deixar nesta quinta-feira (15) a Superintendência da PF, onde está preso. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Youssef deve deixar nesta quinta-feira (15) a Superintendência da PF, onde está preso.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O doleiro Alberto Youssef deve sair nesta quinta-feira (15) da superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso por causa da Lava Jato, para participar de uma audiência do principal processo criminal do caso Copel/Olvepar, escândalo de corrupção que marcou o final da gestão Jaime Lerner no governo do Paraná, em 2002.

Peças encontradas

O doleiro Youssef fez uma nova delação sobre o caso em agosto deste ano, repetindo algumas informações que já tinham sido prestadas no final de 2003. Segundo a defesa de Youssef e o Ministério Público Estadual, o novo termo de delação foi feito em parte por causa do extravio de peças, conforme revelado pela Gazeta do Povo no último dia 28. Um dia após a publicação da reportagem, 39 apensos aos autos do processo criminal, que estavam desaparecidos, foram encontrados por um técnico judiciário, segundo informação da secretaria ligada à 2ª Vara Criminal de Curitiba. Entre os apensos encontrados, estão autos de quebras de sigilos bancários, interceptação ambiental e o acordo de delação premiada de Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini.

A audiência está marcada para as 14 horas, em uma sala do Fórum de Santa Cândida, onde fica a 2ª Vara Criminal de Curitiba. O interrogatório será feito pelo juiz Fernando Bardelli Silva Fischer. Além de Youssef, outros quatro réus do caso devem ser ouvidos também nesta quinta-feira (15) à tarde.

Um dos principais delatores da Lava Jato, Youssef também é personagem importante na ação penal sobre o escândalo paranaense, já que ele está colaborando no caso. O doleiro já confirmou em delação que fez operações de dinheiro oriundo da compra, pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), de créditos de ICMS da empresa Olvepar, e que entregou parte da quantia a aliados de Jaime Lerner, como o ex-presidente da Copel e ex-secretário da Fazenda Ingo Hubert e o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná Heinz Herwig. Para o Ministério Público Estadual, o prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 106.960.797,48 (valores de 2003).

Hubert deve ser ouvido pelo juiz neste processo na tarde de sexta-feira (16). Já Heinz é réu no mesmo caso, mas em outro processo, também em trâmite na 2ª Vara Criminal de Curitiba. O juiz também marcou o depoimento de Heinz para a tarde de sexta-feira. Na quarta-feira (14), a reportagem deixou recado para o advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende Ingo e Heinz, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

Outro réu do caso Copel/Olvepar que também está colaborando com os investigadores e deve ser ouvido nesta quinta (15) é o advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini, que em 2002 figurou como representante da massa falida da Olvepar. Além disso, Pieruccini também é réu da Lava Jato. Em dezembro do ano passado, ele se tornou alvo da Justiça Federal em uma denúncia envolvendo a empresa Mendes Júnior. Pieruccini e Youssef têm o mesmo defensor, o advogado Antonio Figueiredo Basto.

Histórico

O caso Copel/Olvepar tramita há mais de 12 anos na Justiça Estadual sem desfecho, enfrentando tropeços que incluem mudanças de instâncias judiciais e anulação de procedimentos, devido a uma discussão sobre foro por prerrogativa de função de envolvidos no processo, até extravio de peças.

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