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Congresso

Donadon diz que está sendo injustiçado com nova votação de cassação

Ele ressaltou que, pelo resultado da votação anterior, ele poderia "estar legislando normalmente". Deputados votam pela segunda vez pedido de cassação de mandato do parlamentar, que está preso na Papuda

Ao entrar no plenário da Câmara Federal, o deputado Natan Donadon (sem partido-RO) disse que está sendo injustiçado, que já foi absolvido em processo de cassação anterior e que não deveria ser julgado pela segunda vez. Ele ressaltou que, pelo resultado da votação anterior, ele poderia "estar legislando normalmente". Os deputados votam na sessão plenária desta quarta-feira (12) o pedido de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Antes do fim da sessão, ele deixou o plenário rumo à penitenciária.

Durante a sessão, Donadon, que vestia roupa branca, chegou a manifestar o desejo de discursar na tribuna, mas desistiu. Ao deixar o plenário, ele disse aos jornalistas que estava satisfeito com o pronunciamento de seu advogado Michel Saliba. Enquanto esteve em plenário, Donadon usou o broche de deputado e se sentou junto aos colegas. Ele foi cumprimentado por poucos, como o petista Cândido Vaccarezza (SP).

Antes disso, cercado por jornalistas, Donadon afirmou que foi escolhido como "um bode expiatório" e ainda criticou o fato de estar sendo julgado em voto aberto desta vez. "Iniciou-se em voto secreto e agora é pelo aberto. Simplesmente para massacrar a minha pessoa e a minha família", declarou. O deputado reafirmou sua inocência. "Sei que o voto é aberto, mas a convicção da inocência me fez vir até aqui", disse o deputado, contradizendo a versão de seus advogados. O parlamentar havia conseguido autorização da Justiça para deixar a prisão e houve todo um esquema de segurança para recebê-lo na Casa.

Mais cedo, a defesa afirmou que Donadon não viria para evitar sua exposição diante de um processo que tende a culminar com a perda de seu mandato parlamentar. Assim que o deputado chegou, sem algemas e usando a roupa branca do presídio, os advogados afirmaram que ele foi "forçado a vir por uma interpretação equivocada da direção do presídio".

Ao entrar no plenário cheio, Donadon foi saudado por alguns funcionários da Câmara. Sentou-se numa cadeira de deputado e conversou apenas com seu advogado. Ao chegar na Câmara, o advogado disse que, diante da iminente perda de mandato, a defesa estuda a possibilidade de judicializar a sessão por considerar que o deputado não pode ser julgado por seus pares duas vezes pelos mesmo motivos. Donadon já havia se livrado do processo de cassação em agosto do ano passado.

Neste segundo processo, o deputado é acusado de denegrir a imagem do Parlamento ao usar algemas em agosto passado e por ter votado na primeira sessão que o livrou da perda do mandato, o que não era permitido. Na votação secreta da ocasião, o resultado foi 233 votos a favor da cassação, quando eram necessários 257 votos. Dos votantes, 131 votaram contra a cassação e 41 se abstiveram.

Aposta

A maioria dos líderes aposta na cassação de Donadon, mas há um receio sobre um possível esvaziamento do plenário. Essa é a primeira vez que o Congresso vai analisar a perda de um mandato com votação aberta. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez um apelo ontem para que os colegas compareçam na sessão de amanhã que vai votar a segunda cassação do deputado preso Natan Donadon (sem partido -RO).

Essa será a primeira vez que o Congresso vai analisar a cassação de um congressista em sessão aberta. Se for cassado, Donadon será o 18º deputado a perder o mandato desde a Constituição de 1988.

Primeiro parlamentar preso desde a ditadura, Donadon acabou absolvido pelo plenário da Câmara em 28 de agosto em um processo de cassação aberto após o STF pedir sua prisão, em junho.

Na votação secreta, faltaram 24 votos para alcançar os 257 necessários para a cassação. A Casa acabou suspendendo Donadon e convocou o suplente para assumir a vaga. No primeiro processo, a cassação passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pelo plenário. Numa tentativa de reverter a decisão, o PSB protocolou uma nova representação no Conselho de Ética.A representação defende a perda do mandato porque Donadon quebrou o decoro ao ter votado contra a própria cassação o que é proibido pelo Regimento Interno e saiu algemado da Câmara, o que supostamente teria afetado a imagem da Casa.

Donadon foi condenado a mais de 13 anos e deve ficar preso em regime fechado pelo menos até setembro de 2015, quando seu mandato já terá acabado. A condenação foi pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia.

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