O advogado Thales Castelo Branco, que representa Duda Mendonça, disse que o publicitário baiano está indignado com o fato de ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF), junto com sua sócia, Zilmar Silveira, sob a acusação de evasão de divisas e lavagem de dinheiro através da conta Dusseldorf, aberta no exterior para receber R$ 10,5 milhões do empresário mineiro Marcos Valério e que segundo o marketeiro são referentes às dívidas do PT por serviços prestados em campanhas eleitorais. O indiciamento aconteceu após o depoimento de Duda e Zilmar na superintendência da PF, em Salvador, no último dia 2 de fevereiro.
- Foi um ato unilateral da autoridade policial e sem sentido. Não há evasão de dinheiro, pois foi Marcos Valério quem fez o deposito lá fora, bem como não houve lavagem de dinheiro - ressaltou o advogado Thales Castelo Branco, após conversa na tarde deste domingo com Duda Mendonça.
O advogado aproveitou para dizer também que "é um absurso o ato de indicamento, sem provas, pois a Polícia Federal tem se aproveitado de um item do código penal defasado, fruto do Estado Novo, outorgado pela ditadura de Vargas". Duda Mendonça, por sua vez, preferiu não se manifestar pessoalmente sobre o indiciamento.
A existência de outras supostas contas de Duda Mendonça no exterior também está sendo investigada pelos integrantes da CPI dos Correios, Ministério Público Federal e Polícia Federal. O publicitário e sua sócia Zilmar Ferandes declararam em depoimento na CPI, em Brasília, que a conta Dusseldorf era única que possuíam no exterior, e teria sido aberta a pedido de Marcos Valério, para pudesse receber o dinheiro devido pelo PT. No depoimento, Duda disse desconhecer o esquema do "mensalão", que teria sido operado por Valério.
O indiciamento pela PF segue um procedimento padrão em casos de pessoas que não colaboram com as investigações e estão sob suspeita de praticas ilegais . O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, pode não acolher o indiciamento proposto pela PF.
