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O cenário político pode se agravar dependendo da dimensão das manifestações populares contra a presidente Dilma Rousseff marcadas para 16 de agosto.

“O que pode trazer muita dificuldade para o governo é uma sociedade que, muito descontente, vai para a rua e começa a exigir mudanças no modus operandi da política”, diz o cientista político Mário Sérgio Lepre, da PUCPR. “A sociedade na rua e o Eduardo Cunha no Poder Legislativo podem fazer aparecer a agenda do impeachment. A agenda política pode se paralisar totalmente se isso começar a ganhar força”, avalia Lepre.

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“Hoje a Dilma não tem a base no Congresso nem do partido dela”, lembra o cientista político. Em caso de manifestações populares significativas no mês que vem, a presidente pode perder também mais apoio no Legislativo.

“É imprevisível o que pode acontecer [com os protestos]. Pode ser como no começo do ano, com protestos mais leves. Ou podemos ter mais violência”, diz o cientista político Fabrício Tomio, da UFPR. Da temperatura das manifestações vai depender o posicionamento de deputados federais e senadores, que terão que votar medidas como o aumento de impostos sobre a folha de salários das empresas, pacto federativo e mudanças no FGTS.

Economia

O cientista político Sérgio Braga, da UFPR, considera que desempenho da economia e a popularidade da presidente vão definir o quadro político no segundo semestre. “São duas variáveis com desempenho incerto. Se a economia melhorar, a situação se alivia. Se a popularidade de Dilma continuar caindo, vai ser difícil escapar da espada de Dâmocles que pesa sobre sua cabeça, com abertura do processo de impeachment e a possibilidade de um golpe branco”, diz.

David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília, prevê que até agosto a economia terá piorado, com mais desemprego, inflação e juros. “Haverá reunião do Conselho de Política Monetária na semana que vem e projeta-se alta de 0,75 ponto na taxa de juros, o que significará crédito mais apertado, desagradando a população, principalmente a classe média. Isso pode provocar mais gente a participar dos protestos”, afirma.

Ânimos mais calmos

Por outro lado, o cientista político da UFPR Ricardo Costa de Oliveira ameniza a situação política atual. “Em 2013, o movimento Não Vai Ter Copa foi muito mais grave. Você teve violência urbana, confronto de rua, incêndio de ônibus, ameaças contra obras da Copa do Mundo. Em 2013 foi uma crise pior que a de 2015 e nem por isso houve nenhuma ruptura ou crise institucional”, analisa.

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