Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
encontro

Edital previa guarda definitiva de registros do Palácio do Planalto

Equipamento deveria armazenar no mínimo seis meses de dados. Depois, informações deveriam ser transferidas para um back-up

No edital de licitação para contratar a empresa que instalou os equipamentos de segurança no Palácio do Planalto, o governo exigiu que o banco de dados tivesse capacidade de armazenamento de registros por no mínimo seis meses e que depois os dados deveriam ser transferidos para um back-up, um local onde ficariam guardados, "definitivamente".

Esta informação não foi mencionada pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Na semana passada, o gabinete divulgou nota informando que o período médio de armazenamento das imagens varia em torno de 30 dias.

Pelo edital, essa é a capacidade de armazenamento das câmeras, não do sistema. Para o presidente do Democratas, Rodrigo Maia, está claro que o governo tem as imagens do fim do ano passado, quando a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, disse que esteve no Palácio do Planalto para uma conversa reservada com a ministra Dilma Roussef (Casa Civil). A ministra nega o encontro.

"Entendemos que há necessidade do governo de queimar provas, esconder a verdade da reunião entre a ex-secretária e a ministra Dilma e acho que esse contrato prova tudo", disse Maia.

Os governistas insistem que as imagens não estão arquivadas. "Os dados são por seis meses, as imagens, por 30 dias", afirmou o senador Gim Argello (PTB-DF), vice-líder do governo. "Os dados estão à disposição. Esse encontro nunca existiu", disse.

E o governo tenta conter também a repercussão da demissão de Lina Vieira na Receita Federal. Uma das críticas do grupo da ex-secretária é de que a mudança no comando da Receita diminuiria o rigor na fiscalização dos grandes contribuintes.

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), lembrou que a ex-secretaria desrespeitou o sigilo fiscal, quando criticou publicamente mudança no sistema tributário da Petrobras.

"A Receita poderia ter representado contra a Petrobras. Não podia ter aberto debate público quando mais de 4 mil empresas usaram a mesma estratégia", disse Mercadante.

Mais 24 funcionários da Superintendência de São Paulo entregaram os cargos de confiança nesta quarta-feira (26). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as substituições já estavam previstas e afirmou que o governo não faz distinções na hora de fiscalizar.

Tᒠtudo na normalidade, são todos profissionais muito competentes. E é uma balela dizer que nós não estamos fiscalizando os grandes contribuintes", declarou.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.