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Câmara renovada

Após escândalo de corrupção, só 6 vereadores se reelegem em Londrina

Dos denunciados à Justiça, só Renato Lemes vence; índice de renovação chega a 66%

Dos 18 vereadores atuais da Câmara de Londrina, Norte do Paraná, somente seis permanecerão no cargo pelos próximos quatro anos. Com uma cadeira a mais, a Câmara ganha a partir do dia 1º de janeiro 13 novos parlamentares. Diante de escândalos que abalaram a imagem do Legislativo, o índice de renovação chegou a 66,6% - deixando de fora vereadores que davam a reeleição como certa. Apenas um dos vereadores denunciados à Justiça, pastor Renato Lemes (PRB), conseguiu voltar ao cargo - embora há mais de um mês esteja oficialmente afastado da Câmara por problemas de saúde.

Ficaram de fora os vereadores afastados Renato Araújo (PP) – o mais antigo da Casa -, Flávio Vedoato (PSC) e Luis Carlos Tamarozzi (PTB), o petista Glaudio de Lima o presidente da Câmara, Sidney de Souza (PTB) e Jamil Janene (PMDB). Embora não tenham sido denunciados nos esquemas de corrupção, os petistas Maria Ângela Santini e Lourival Germano também não se reelegeram.

Ainda ficaram de fora os suplentes que assumiram o lugar dos vereadores afastados pela Justiça: Antenor Ribeiro (PMDB), João Abusssafi (PMDB), João Scaff (PTB) e Vera Rubbo (PSB). Por último, Rubens Canizares (PHS) e Tercílio Turini (PPS) não concorreram à reeleição.

Dos atuais vereadores, vão permanecer nos cargos na próxima legislatura Paulo Arildo e Roberto Kanashiro (ambos PSDB), Pastor Renato Lemes (PRB), Sandra Graça e Marcelo Belinati (PP) e Roberto Fu (PDT). Marcelo Belinati foi o campeão de votos, com 8.076. Dos mais de 400 candidatos, três não tiveram nenhum voto e outros três apenas um.

Os novos vereadores são: Rodrigo Gouvea (PRP), Gerson Araújo (PSDB), Jairo Tamura (PSB), os petistas professor Eloir Valença, Jacks Dias (ex-secretário de Gestão Pública da Prefeitura) e a assistente social Lenir de Assis; Ivo de Bassi (PTN), José Roberto Fortini, o 'Roberto da Farmácia do Vivi' (PTC), Padre Roque (PTB), Rony Lima (PTB), Joel Garcia (PDT), Sebastião Raimundo da Silva, o 'Sebastião dos Metalúrgicos' (PDT) e o advogado Tito Valle (PMDB).

Reeleito com 2.326 votos, o vereador Roberto Fu comemorou no Parque Ouro Branco (zona sul), seu reduto eleitoral. Ele creditou a não-reeleição dos 12 colegas da Câmara ao "clamor da população". "A renovação enorme foi causada pelos escândalos e por tudo que a Câmara provocou ultimamente para a sociedade londrinense", atesta. O pedetista se disse "aliviado" por ter novos companheiros de trabalho. Acredita, agora, que o clima na Câmara irá melhorar a partir do ano que vem. "Sempre fui muito pressionado por ser novato em meio a muitos vereadores antigos. Com a nova Câmara, espero que as novas pessoas tragam novas idéias. Que os novos estejam mais voltados aos problemas da cidade, que não são poucos", declarou, quase afônico. A reportagem tentou contatar o presidente da Câmara, Sidney de Souza, para comentar a alta renovação, mas ele não foi encontrado após o fim da apuração.

"Comunidade cansou do descaso"

Único candidato a vereador vencedor a acompanhar as eleições no Fórum Eleitoral, o comerciante Joel Garcia (PDT) foi abraçado e saiu da sede da Justiça Eleitoral direto para uma carreata. "A comunidade cansou do descaso. A vitória não foi minha, foi da comunidade que se juntou e ajudou na eleição", afirmou. Militante de movimentos religiosos e sociais, Garcia creditou a vitória ao "abandono" do bairro onde vive, o Jardim Lindóia (zona norte). "Venho de uma comunidade muito carente que estava esquecida e desta vez o povo resolveu eleger um vereador que representasse não só interesses próprios."Para o eleito, a próxima legislatura tem que ser formada por uma Câmara livre das amarras do Poder Executivo: "Não pode estar atrelada para que não aconteça o que aconteceu" – um dos motivos pelos quais acredita que a maioria dos vereadores da atual legislatura foi penalizada. O comerciante disse que a nova Câmara "deve passar a cidade a limpo" e incitou a população a vigiar de perto os novos eleitos. "A cidade tem que participar mais. Só assim dá para ter uma Câmara transparente de novo."

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