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O candidato a prefeito do município de Peabiru, na região Centro-Oeste do Paraná, Claudinei Minchio (PT), protocolou no início da tarde desta terça-feira (30), no cartório eleitoral da cidade, um pedido judicial inusitado para o histórico da política da pequena e pacata cidade com pouco mais de 13 mil habitantes. Além de um colete à prova de balas para ser usado durante os comícios, Minchio solicitou a presença de policiais militares por 24 horas em frente à sua residência, à do vice-prefeito e no comitê do partido.

O pedido ocorreu após a sua residência e o comitê ter sido alvo de um atentado durante a madrugada desta terça. Homens em um carro dispararam quatro tiros que acertaram a porta principal do comitê, quebrando vários vidros. "Ouvi o barulho de um carro e em seguida os tiros. Continuei deitado, apesar do susto e dos pedaços de vidros que caíram em cima do travesseiro", contou o vigia Benedito Silvestre Sobrinho, 70 anos, que dormia no interior do comitê quando os tiros acertaram os vidros da porta principal. "Por falta de segurança não vou dormir mais no comitê. Nunca imaginei que a política chegasse a esse ponto, mais parece o velho oeste", disse Sobrinho.

Na residência de Minchio, onde foram disparados quatro tiros, dois acertaram a parede da sala e dois atingiram uma janela quebrando os vidros. Um projétil intacto de revólver calibre 38 foi encontrado na calçada em frente à residência do candidato. Na hora dos tiros, Minchio e sua família dormiam em um quarto nos fundos da residência. "As crianças ainda estão muito assustadas com tudo isso. Levantamos com medo e, agachados, tentamos chegar até a janela para identificar os autores, mas eles foram rápidos", diz o candidato que nos últimos dias teria recebido ameaças de morte e denunciado o caso à Justiça Eleitoral.

"Três homens estariam acompanhando os comícios e preparados para me matar. No início não estava levando muito a sério, mas denunciei para ficar registrado, caso ocorra algo mais grave", comenta Minchio, que acredita em atentado político. "Não tenho suspeito, mas indicações, e acredito que esteja ligado à oposição".

O candidato também acredita que a ascensão política dos últimos dias pode estar incomodando os opositores. Esta é a terceira vez que ele concorre ao cargo de prefeito na cidade. A Polícia Civil de Peabiru, ainda não tem pista dos autores dos tiros.

Atentados

Pela quarta vez um candidato à prefeitura de cidades do Paraná sofre tentativas de homicídio no período eleitoral desse ano. Na última sexta-feira (26), o candidato Tauillo Tezzelli (PPS), que concorre à prefeitura de Campo Mourão, na região Centro-Oeste, e cabos eleitorais que o acompanhavam em uma carreata foram alvos de tiros. Um rapaz ficou ferido. Ninguém da comitiva foi atingido. O suspeito de ser o autor dos tiros, o ex-policial militar Osni de Fátima Ribeiro, 39 anos, continua preso na delegacia de Campo Mourão. O inquérito aberto pela Polícia Civil foi entregue à Polícia Federal a pedido da Justiça Eleitoral.

No domingo (21), o prefeito de Quatiguá, no Norte Pioneiro, Efraim Bueno de Moraes (PMDB), que disputa a reeleição no município, foi alvo de uma tentativa de homicídio quando chegava em casa. Dois homens em uma moto dispararam quatro tiros contra o prefeito, mas não o acertaram.

A candidata Tuca Cartário (PDT), que disputava a prefeitura de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, desistiu da campanha após ser baleada. A tentativa de homicídio aconteceu no dia 25 de agosto após Tucá sair de uma reunião do partido na periferia da cidade.

Há um mês, homens encapuzados invadiram a tiros uma reunião de partidos políticos de Campina Grande do Sul, na região metropolitana da capital. O candidato à prefeitura Luiz Assunção (PSB) quebrou a bacia ao pular de uma janela para escapar dos tiros.

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