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Se a candidata petista Dilma Rousseff dependesse apenas dos votos de eleitores do pequeno município de Pinhal de São Bento, no Sudoeste do Paraná, venceria as eleições no primeiro turno com uma vantagem surpreendente sobre o tucano José Serra. Ela recebeu nada menos do que 80,98% dos 1.668 votos válidos na cidade. Serra fez 260 votos (15,4%) e Marina Silva (PV) teve o apoio de apenas 45 eleitores, 2,67% do total.

Alguns fatores explicam a simpatia dos 2,5 mil moradores do município por Dilma. Uma delas é a união das lideranças políticas locais quando o assunto é eleição. O prefeito Jaime Ernesto Carniel (PP) e oito dos nove vereadores do município apoiaram Dilma. A única exceção foi a vereadora Maria Lúcia Geitteins (PP), filha do vice-prefeito Alvário Geittens, que optou pela candidatura tucana.

A dependência de programas sociais é um fator que contribuiu para a popularidade de Dilma: 287 famílias recebem regularmente o Bolsa Família, mas o número de inscritas chega a 319. Cerca de 39% das famílias da cidade são beneficiadas pelo programa federal, que mensalmente injeta R$ 40 mil na economia local.

O agricultor José Laerte Martins, morador da comunidade de Linha Nova Bélgica, não esconde o entusiasmo com a candidatura de Dilma. Em sua casa, pendurou um banner com a foto da candidata ao lado do presidente Lula e diz estar votando na continuidade do atual governo. Martins conta que construiu uma casa de alvenaria em seu pequeno sítio com o auxílio do governo federal, por meio do Programa Social de Habitação (PSH), que destinou R$ 7 mil para a edificação. No total, 49 casas foram construídas no município através do PSH. "Onde o Lula estiver eu estou junto", diz o agricultor sobre o apoio a Dilma.

Apoio histórico

O apreço por Lula não é de hoje em Pinhal de São Bento. Nas eleições de 2006, 75% dos eleitores votaram no petista. "Aqui se esquece um pouco da legenda e se trabalha pelo município", diz o chefe de gabinete do prefeito, Moacir Motta da Silva. Em 2008, o atual prefeito foi candidato único e teve apoio de todos os partidos que têm diretório na cidade.

A secretária de Educação Lenir dos Santos Hanck diz que as ações sociais desenvolvidas no município também contribuem para que os eleitores votem em candidatos apoiados pelo prefeito. Ela cita como exemplo o Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que levou o município a receber o título de Território Livre do Anal­­fabetismo. "Os alunos se sentem mais valorizados e buscam lutar pelo bem comum", afirma.

O professor de História e ex-vereador Paulo Fiorese reside em Pinhal de São Bento há 33 anos e também aponta os programas sociais como um dos fatores para o sucesso da petista. "O povo aderiu à sequência do trabalho [de Lula] com a dona Dilma", afirma, sem esconder sua preferência pela candidata do PT.

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