• Carregando...
Erenice: segundo advogado de Bacarat, não houve acusação contra ela | Elza Fiúza / Agência Brasil
Erenice: segundo advogado de Bacarat, não houve acusação contra ela| Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil

Brasília - O advogado do lobista Fábio Baracat disse ontem que não houve influência da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra nas licenças e contratos que a MTA, empresa representada pelo consultor, conseguiu no governo federal. Em depoimento de cerca de seis horas à Polícia Federal, no entanto, Bacarat confirmou ontem que manteve contrato com a empresa Capital Assessoria, controlada por filhos de Erenice, para obtenção de negócios nos Correios. Ele apresentou recibos que mostram pagamentos mensais de R$ 20 mil, por um período de seis meses, totalizando R$ 120 mil.

Com a ajuda dos filhos de Erenice, a MTA teria conseguido contratos no total de R$ 60 milhões com os Correios, um deles sem licitação. O empresário confirmou que houve um encontro com a ex-ministra, intermediado por Israel, mas disse que foi de natureza "social". Bacarat negou que Erenice tenha tratado de negócios ou demonstrado qualquer atitude que indicasse ter conhecimento do lobby dos filhos, segundo seu advogado, Douglas Silva Telles.

"Ele [Bacarat] disse que foi uma reunião meramente social e nada se discutiu relacionado a contratos ou negócios com o governo", disse Telles. "De fato, ele conheceu a ministra socialmente, e de fato ele utilizou os serviços do Israel aqui em Brasília por meio da Capital. Não houve nenhuma acusação em relação à ministra. Existe um contexto e o que foi dito ocorreu dentro de um contexto. Ele [Baracat] teve relacionamento com o Israel pela Capital Assessoria."

O advogado disse ainda que a contratação dos serviços do filho da ex-ministra era "comercial", sem influência política. "A questão do Fábio era comercial, de aquisição de uma empresa que acabou tomando um viés político muito forte. Uma questão comercial acabou se tornando um grande episódio político", afirmou.

De acordo com Telles, o filho da ex-ministra foi contratado para prestar assessoria jurídica no setor aéreo. "No primeiro momento, ele [Baracat] tinha que fazer a renovação da empresa aqui em Brasília. Assim como existia uma assessoria jurídica em São Paulo, tinha que existir uma assessoria aqui, por conta de custos, operacional, o trâmite, o conhecimento das normas administrativas perante a Anac e Infraero", afirmou.

O delegado Roberval Vicalvi perguntou sobre a participação do ex-diretor dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues Silva, no esquema. Suspeito de ser testa de ferro do argentino Alfonso Rey, que vive em Miami, nos Estados Unidos, e seria o real controlador da MTA, Silva foi ouvido a seguir, mas não falou com a imprensa e a PF não divulgou o teor do depoimento. Antes de ocupar o cargo nos Correios, o coronel era consultor da MTA.

Hoje será ouvido Vinícius Castro, cuja mãe figura como sócia da Capital Assessoria, junto com Saulo, o outro filho de Erenice. A PF ainda não conseguiu entregar as intimações de Israel e Saulo, os próximos que terão de dar explicações no inquérito.

Segundo a revista Veja, Israel Guerra cobrou R$ 5 milhões, por meio da Capital, para viabilizar contratos com o governo entre a MTA e os Correios, além de conseguir a licença da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para realizar o serviço.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]