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A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta quinta-feira acreditar em uma virada na corrida presidencial no Brasil, assim como ocorreu recentemente na Inglaterra e Colômbia onde candidatos que estavam em posição de desvantagem nas intenções de voto conseguiram avançar consideravelmente ao longo da campanha.

"Sempre que me perguntam em relação a pesquisas, digo que estou bem animada", afirmou a jornalistas, após encontro com investidores e empresários em Nova York, em evento promovido pela BM&FBovespa. "Estamos com 9%, 10%, tendo em vista que a campanha se inicia agora", acrescentou.

"Se compararmos com José Serra, que está aí há muito tempo, Dilma, que faz quase três anos que vem colocando seu nome como candidata, nós diríamos que estamos num patamar muito promissor" avaliou Marina. Participaram da entrevista, juntamente com Marina, seu candidato a vice, Guilherme Leal, e o economista Eduardo Giannetti, um dos elaboradores do seu programa de governo.

Segundo ela, a internet tem tido papel importante na campanha. "Temos tido mobilização espontânea pela internet e acreditamos que é uma forma de suprir o pouco tempo que temos na televisão", comentou. "É uma forma de interagir com as pessoas", disse.

Ela admitiu, respondendo a jornalistas, que sua campanha tem semelhanças com a do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e disse que a campanha dele serviu de "inspiração". "Não tenho dúvidas de que temos no mundo inteiro um estabelecimento de novos paradigmas para os processos eleitorais após a eleição de Obama", disse.

Visual

Questionada se tem alguma preocupação em fazer mudanças estéticas, como cirurgia plástica ou mudança de guarda-roupa, como fez a candidata petista Dilma Rousseff, ou ainda buscar passar uma imagem mais simpática diante dos eleitores, Marina respondeu: "Na questão estética, eu não tenho nada contra quem faça isso para se sentir melhor". "Quanto as preocupações em se mostrar mais simpáticos, eu e o Guilherme já somos naturalmente simpáticos", disse Marina, bem humorada.

Tanto na quarta como na quinta-feira Marina vestiu blazer, blusa e calça. A diferença ficou por conta dos cabelos, mantidos naturalmente grisalhos e longos, e que na quarta-feira estavam em rabo de cavalo e nesta quinta-feira em coque.

Economia

Marina Silva, disse nesta quinta-feira que, durante os dois dias de encontros com investidores e empresários em Nova York, uma das preocupações apresentadas é sobre suas propostas para o ambiente de negócios no Brasil e investimentos, além de sua posição em relação à autonomia do Banco Central e à política macroeconômica atual. A ex-ministra do Meio Ambiente tem dito que defende a manutenção da autonomia do BC e dos pilares atuais da economia de câmbio flutuante, meta de inflação e responsabilidade fiscal, além do acúmulo de reservas internacionais.

"As preocupações são de natureza geral, sobre ambiente de negócios, especialmente voltado à infraestrutura e meio ambiente. Outra questão foi se concordávamos com autonomia do Banco Central e com os instrumentos de política macroeconômica que vêm sendo implementados nos últimos 16 anos", afirmou ela durante entrevista coletiva a jornalistas após o encontro com cerca de 200 investidores, analistas e empresários em Nova York, promovido pela BM&FBovespa.

Segundo Marina, sua equipe de governo tem preocupação em evitar o superaquecimento da economia. "Essa questão vem sendo levantada internamente pela nossa equipe. Muito mais pelo sentido de que não podemos ter superaquecimento da economia e precisamos ter o cuidado para que os investimentos sejam duradouros", disse.

Marina veio a NY acompanhada do seu vice, Guilherme Leal, e pelo economista Eduardo Giannetti, um dos elaboradores do seu programa de governo. Em todas as vezes durante conversas com jornalistas em que houve alguma pergunta sobre juros, Marina passou a palavra a Giannetti. Segundo ele, o Brasil tem uma das taxas de juros mais altas do planeta e o Banco Central acaba tendo um papel "ingrato" num contexto de muito crescimento e gastos fiscais. "Para evitar que a economia dê passo maior do que a perna, o BC tem que manter os juros elevados", disse o economista.

Giannetti afirmou que é preciso reduzir os juros, mas que a plataforma de Marina "não tem meta quantitativa" sobre qual seria o patamar ideal. "É uma questão de calibragem", afirmou. Ele disse ainda que é necessário que seja feita no Brasil uma reforma fiscal para manter o gasto público sob controle.

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