
Pela segunda vez consecutiva, Alexandre Curi (PMDB) foi eleito o deputado estadual mais votado no Paraná com a marca de 134.233 votos, 2.245 a mais que na disputa anterior. Passada a eleição, o campeão de votos retorna hoje à Assembleia Legislativa, mas na agenda está prevista uma viagem para descansar e dar atenção à esposa, grávida de cinco meses de gêmeos uma menina e um menino.
A boa notícia da paternidade veio no mesmo ano em que Curi, 1.º secretário da Assembleia, passou pelo principal desafio da carreira política. Neto do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Aníbal Khoury, falecido em 1999, Alexandre e o atual presidente da Casa, Nelson Justus (DEM), foram denunciados pelo Ministério Público por improbidade administrativa se forem condenados podem perder o mandato e os direitos políticos por oito anos.
Justus e Curi foram apontados pelo MP como responsáveis pela contratação de funcionários fantasmas são os dois que assinam a contratação dos servidores. Em março deste ano a Gazeta do Povo e a RPCTV denunciaram um esquema de desvio de dinheiro do Legislativo, chefiado pelo ex-diretor-geral Abib Miguel, que está preso junto a outros dois ex-diretores.
Na opinião do cientista político Adriano Codato, da UFPR, a eleição de deputados envolvidos nesse escândalo tem três hipóteses possíveis: "A falta de interesse da população por política; o uso de outros critérios para a escolha dos representantes; e o fato de que esses políticos muitas vezes têm tradições sólidas, que não são afetadas facilmente por denúncias".
Quase sete meses depois e com a marca de campeão de votos, Curi, 31 anos, diz que a Justiça é quem deve se manifestar sobre as denúncias e que a boa votação foi uma absolvição nas urnas. "Jamais fui contra o posicionamento da imprensa em todo este caso. Aprendi que político não tem que fazer autodefesa, tem que ser julgado pelas urnas e pelas urnas fui absolvido."
Apesar da expressiva votação, Curi faz mistério sobre o futuro, mas diz querer uma Assembleia "mais moderna e ainda mais transparente". Ele não descarta a troca do Legislativo por um cargo no Executivo. O peemedebista nunca escondeu a proximidade que tem com Beto Richa (PSDB), governador eleito o que pode lhe render um convite para ocupar uma secretaria no governo tucano. "Nem falei com o Beto ainda para parabenizá-lo", disse, aos risos.



