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Confira os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo para as reportagens Desafios do Paraná, publicadas nos últimos dois meses.

Álvaro Cabrini Júnior, Anderson Furlan, Ângelo Priori, Ângelo Souza, Ardisson Akel, Augusta Pelinski, Belmiro Valverde Jobim Castor, Carlos Augusto Albuquerque, Carlos Eduardo Sanches, Carlos Mello Garcias, Christian Luiz da Silva, Dálio Zippin Filho, Denis Alcides Rezende, Denis Mizne, Dennison de Oliveira, Ednéia Consolin Poli, Fabiana Scarparo Naufel, Fabio Doria Scatolin, Francisco Batista Júnior, Francisco Gomide, Gilmar Lourenço, Jandir Ferrera de Lima, Joelma de Souza Carvalho, Jorge da Silva Giulian, José Fernando Macedo, José Gomes Temporão, José Lucio Glomb, Maçazumi Furtado Niwa, Marcos Cordiolli, Marcos Verlaine, Mário Neves de Azevedo, Mário Stamm, Marlei Fernandes de Carvalho, Nelson Costa, Paulo Ceschin, Paulo de Oliveira Perna, Pedro Bodê, Rafael Filippin, Rafael Fuentes, Ricardo de Oliveira, Rodrigo Pironti Aguirre de Castro, Romualdo Portela, Ronald Dauscha, Rosângela Pontili, Teresa Urban , Vladimir Passos de Freitas e Wolney Betiol.

Nos últimos dois meses, a reportagem da Gazeta do Povo traçou um panorama dos principais desafios que o próximo governador terá de enfrentar para garantir o desenvolvimento do Paraná. Foram entrevistados 47 especialistas das mais diversas áreas do conhecimento e utilizados dados de 32 órgãos diferentes. Uma rápida conclusão que se pode tirar de todo esse levantamento é o seguinte: o escolhido nas urnas terá de assumir uma postura de estadista e romper com o modus operandi que im­­­perou no Executivo nas últimas três décadas.

Apesar de vivermos em um estado desenvolvido economicamente e com destaque em algumas áreas, os textos publicados na série Desafios do Paraná mostram que há muito a melhorar. A violência se transformou em uma epidemia; o atendimento médico especializado está concentrado em poucos municípios; a nota média escolar, boa em relação ao resto do país, esconde desempenhos ruins; a infraestrutura está precária e barra o crescimento econômico. Tudo isso contribui para que mais da metade dos municípios paranaenses apresente índices de desenvolvimento humano abaixo da média nacional – uma chaga a mais num estado marcado pela grande desigualdade regional.

A tarefa de governar o Pa­­raná, portanto, é muito complexa. Os dois principais candidatos – Osmar Dias (PDT) e Beto Richa (PSDB) – sabem das dificuldades inerentes ao cargo. A principal delas é orçamentária. Não há sobras para ampliar os investimentos. É preciso remanejar ou arrecadar mais. Além disso, muitos projetos esbarram em entraves ambientais (como as obras de infraestrutura) ou legais (limite para contratação de servidores).

Os especialistas consultados ao longo dos dois últimos meses apontaram diversos caminhos para contornar esses e outros obstáculos. Mas todos esperam que o eleito para governar o Paraná seja um grande líder, desprendido dos interesses puramente partidários. "Independen­­­temente do partido pelo qual o próximo governador se eleger, a partir do momento em que assume o cargo, ele passa a ter uma função institucional muito maior do que o partido ou as alianças", observa o presidente da Associação dos Juízes Federais do Paraná (Apajufe), Anderson Furlan.

Segundo o professor de Ciência Política Ricardo de Oli­­veira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o novo chefe do Executivo precisará se desprender dos acordos eleitorais e buscar pessoal qualificado para compor o primeiro escalão de seu governo. Ele diz que com isso é possível, por exemplo, coibir o desvio de dinheiro público e outras irregularidades cometidas pela Assembleia Legislativa nos últimos anos, as quais foram mostradas pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série Diários Secretos. "Os últimos governadores foram, de certa maneira, cúmplices com o atraso moral da As­­sem­­bleia. O Ney Braga modernizou mais a elite política do que Jaime Lerner e Roberto Re­­quião, que buscaram secretários nos mesmos círculos fechados da elite política", argumenta.

Projeção nacional

"O próximo governador deve exercer um papel de liderança não apenas no estado, mas em toda a nação. O Paraná não me­­­rece ser coadjuvante. Há um papel principal a ser exercido, e o governador precisa liderar isso. Precisamos de um verdadeiro estadista", observa o presidente da OAB-PR, José Lucio Glomb.

O presidente da Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Paraná (Faciap), Ardisson Akel, diz que uma característica fundamental para o próximo governador é a interlocução. "Ele deve ouvir todos os setores da sociedade. Para isso ocorrer de fato, há a sugestão de criar um conselho de desenvolvimento econômico e social, representativo de todas as regiões. O próximo governador deve ter os olhos e ouvidos bem abertos para toda a sociedade."

Com uma campanha polarizada por dois candidatos, são grandes as chances de a disputa se encerrar hoje. Por isso a Gazeta do Povo se antecipa ao resultado e elenca os principais desafios que o próximo governador – eleito agora ou em segundo turno – terá de enfrentar.

Um governante para entrar na história

Além de se projetar nacionalmente, o próximo governador também pode conquistar um espaço na história do Paraná. Há bons modelos para se seguir, no passado um pouco distante: Bento Munhoz da Rocha Netto e Ney Braga. O primeiro governou o Paraná de 1951 a 1955; o segundo teve duas gestões: de 1961 a 1965 e de 1979 a 1982.

Pelas suas realizações, Bento Munhoz foi considerado o paranaense do século. A eleição foi promovida pela Gazeta do Povo no fim de 2008 e contou com a participação de 100 personalidades de destaque no Paraná. O seu governo foi responsável pela construção do Centro Cívico de Curitiba, da Biblioteca Pública e do Teatro Guaíra; pela federalização da Universidade do Paraná (atual UFPR); e pela criação do primeiro Plano Estadual Rodoviário do Paraná e da Copel.

Ney Braga ficou em segundo lugar nessa pesquisa. Entre suas principais contribuições estão a Companhia de Desenvolvimento do Paraná (Codepar), convertida em Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep), em 1968; e a criação da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

"Nada impede que o próximo governador entre para a história. Claro que o momento é outro, o país mudou muito. Mas a possibilidade de termos um governante de alta categoria existe, basta que ele faça as escolhas certas", avalia Belmiro Valverde Jobim Castor, professor do Doutorado em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O cientista político Ricardo de Oli­­veira, da Universidade Federal do Paraná, concorda com essa visão. "Depende do perfil administrativo do próximo governador, se ele terá vontade de renovar a política e se dedicar a algumas áreas. Em Ciência e Tecno­­logia, por exemplo, há quase tudo para fazer."

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