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O jornal britânico Financial Times afirmou, em texto publicado na noite de terça-feira (24) em seu site, que é difícil acreditar em um resultado diferente do que uma "vitória retumbante" na corrida presidencial brasileira da candidata governista Dilma Rousseff (PT). O texto assinado pelo correspondente do diário no Brasil, Jonathan Wheatley, cita as mais recentes pesquisas de intenção de voto, segundo as quais Dilma aparece com vantagem suficiente para vencer no primeiro turno.

O jornalista lembra que faltam 40 dias para a votação no dia 3 de outubro, o que "é bastante tempo em política". Mas nota que, no momento, é difícil acreditar na vitória do tucano José Serra. Wheatley diz que a campanha do candidato do PSDB está "desordenada". Segundo ele, o oposicionista parece concorrer com base em apenas um assunto: seus sucessos como ministro da Saúde, há uma década, e seus investimentos em saúde como prefeito de São Paulo e governador do estado.

O artigo cita ainda o fato de Serra ocupar tempo da campanha acusando o presidente da Bolívia, Evo Morales, de não fazer o suficiente para combater o narcotráfico para o Brasil, além de acusar o PT de vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo Luiz Inácio Lula da Silva de censurar a imprensa. O jornalista escreve, porém, que o país é um dos "menos censurados do mundo".

"Nada disso tem a ver com seu programa de governo", diz o jornalista, referindo-se a Serra. "Na verdade, é difícil saber qual é o programa dele", afirma. "Deveria ser continuar a reforma do Estado brasileiro iniciada nos anos 1990 por seu colega de partido, Fernando Henrique Cardoso. Ao invés disso, Serra deixou que Dilma se posicionasse como a campeã da ortodoxia e da responsabilidade fiscal, insinuando a possibilidade de um 'choque positivo' como o entregue por Lula em 2003, seu primeiro ano no governo."

Corte

O FT lembra que Lula começou cortando os gastos públicos, permitindo posteriormente que eles se expandissem. "Os assessores de Dilma estão prometendo reduzir a meta de inflação do governo e aumentar o superávit primário (antes do pagamento de juros - incluindo esses, o governo enfrenta um déficit). Se isso será uma aposta de curto prazo para conquistar os investidores ou o início de uma reforma abrangente, os brasileiros parecem que descobrirão em breve", escreveu Wheatley.

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