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Confira o tempo destinado aos candidatos à Presidência |
Confira o tempo destinado aos candidatos à Presidência| Foto:

Brasília e Florianópolis - Os dois principais candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), partiram ontem para o ataque ao adversário por meio de contestações e indiretas a propostas e a declarações do oponente.

Serra prometeu, se eleito, construir 400 quilômetros de linhas de metrô em nove cidades – Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Era uma indireta à proposta de Dilma e do governo Lula de construir o trem-bala entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Um dia antes, Dilma havia defendido o trem-bala, afirmando que o projeto não necessariamente drenaria recursos destinados aos metrôs urbanos – crítica que a proposta vem recebendo.

Já Dilma disse que Serra tem medo das comparações entre as gestões do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e a do presidente Lula. Criticou ainda o modelo de pedágio praticado em São Paulo (estado que foi administrado por Serra), que tem algumas das tarifas mais caras do país. Era uma resposta à defesa que Serra fez, em entrevista ao Jornal Nacional, na quarta-feira, ao modelo paulista de concessão de estradas – segundo ele, aprovado por 71% dos usuários.

Sobre as comparações entre as gestões tucana e petista, a declaração de Dilma foi uma contraposição a Serra, que na mesma entrevista à Rede Globo, afirmou que a petista estaria tentando se eleger "na garupa" de Lula, numa alusão à popularidade do atual presidente.

"Meu adversário tem um medo enorme de comparações do governo de Fernando Henrique, que é o dele, com o meu, que é o presidente Lula. Ele não pode estar na garupa de Fernando Henrique, porque aí é até.. [riso] uma covardia. Não há nada que ele faça que vá me devolver [sic] de ser a continuidade do governo Lula. Eu sou a continuidade do governo Lula", disse Dilma, de forma irônica.

Apesar disso, Dilma deu uma declaração dúbia, que pode ser interpretada como uma corroboração da crítica de Serra de que a petista, se eleita, será "dependente" de Lula. A candidata afirmou que o presidente "está além do status de ministro". Acima dos ministros, hierarquicamente só há o presidente. Se ele está acima dos ministros, em tese dividiria poder com ela própria como presidente.

Dilma ainda complementou que, se for a presidente, só aceitará Lula como ministro se ele desejar o cargo. "Estamos falando de alguém que representa uma liderança internacional", disse a petista, dando a entender também que acredita que Lula poderia ocupar um cargo em algum organismo internacional – ideia que já foi rechaçada pelo próprio presidente.

Ministério contra-ataca

Aliados de Dilma também rebateram ontem declarações de Serra. O Ministério da Saúde divulgou nota rebatendo o candidato do PSDB. Ex-ministro da Saúde, Serra elegeu a área como um de seus principais alvos nas críticas sobre o governo Lula. E, durante a entrevista ao Jornal Nacional, denunciou a redução do número de cirurgias eletivas e de mutirões de saúde de ações preventivas durante a gestão Lula.

Em nota, o ministério contestou, em seis tópicos, as alegações do candidato. "Não é verdade que houve redução no número de cirurgias eletivas", inicia a nota. Segundo o órgão, o número de procedimentos realizados no âmbito da Política Nacional de Cirurgias Eletivas, criada em 2004, subiu de quatro (catarata, próstata, varizes e retinopatia diabética) para 90. "O número de cirurgias eletivas realizadas passou de 1,5 milhão, em 2002, para 2 milhões, em 2009", afirma.

O ministério rebateu com exemplos a alegação de que "a prevenção de doenças ficou para trás". Afirma que o Brasil interrompeu a transmissão do cólera (2005), da rubéola (2009), a transmissão vetorial de Chagas (2006) e eliminou o sarampo (2007). E afirma que realizou as duas maiores campanhas de vacinação do país e do mundo: a de rubéola, em 2008, e a contra a gripe H1N1, neste ano.

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