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A polarização acentuada entre as campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) na reta final da corrida presidencial passou a ser vista pelos dois lados como um fator que poderá contribuir para conter o volume de abstenções no segundo turno. No primeiro turno, 24,6 milhões eleitores não votaram, o equivalente a 18,12% do total de brasileiros aptos. Em números absolutos, a abstenção superou a opção do eleitor pela terceira via de Marina Silva (PV), que recebeu 19,6 milhões de votos.

O PSDB demonstra maior preocupação com a possibilidade de o feriadão prolongado de Finados (2 de novembro) - e que em muitos estados se somará ao do dia do servidor (28 de outubro) - provocar impacto na campanha. Isso porque, na avaliação dos tucanos, a disputa está empatada e porcentuais mínimos farão a diferença, ainda que as últimas pesquisas de intenção de votos tenham mostrado uma ampliação da vantagem de Dilma.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, porém, afirma que "não há nenhum sinal vermelho". "O comportamento da abstenção não é uniforme no país. Num primeiro momento, achamos que essa coincidência de feriados poderá não contaminar de forma desequilibrada as duas campanhas", disse Guerra.

Ainda que a previsão tucana não seja pessimista, curiosamente nos estados governados pelo PSDB o feriado do dia do servidor foi antecipado. Guerra também admite que o partido faz "estudos" para avaliar o impacto das abstenções nos Estados.

Em São Paulo, o governador Alberto Goldman (PSDB) decidiu transferir a comemoração para o dia 11. A mesma data foi adotada no Rio Grande do Sul, governado por Yeda Crusius (PSDB). Em Minas Gerais, o tucano Antonio Anastasia antecipou a comemoração para o dia 25. Todos negam que as alterações tenham relação com o dia das eleições.

Para o deputado eleito Roberto Freire (PPS), também aliado político de Serra, existe a possibilidade de a abstenção aumentar, mas isso afetaria as duas campanhas. "A abstenção maior não prejudicaria só Serra. O Nordeste e o Norte têm abstenção maior, e isso mesmo sem feriadão." É na Região Nordeste onde Dilma Rousseff tem o melhor desempenho eleitoral.

O cientista político Jairo Nicolau observa que tradicionalmente o porcentual de abstenção em áreas mais pobres é maior do que em áreas mais prósperas. "O feriado pode compensar isso, mas nada que altere em mais de 1% o resultado eleitoral", afirma. Por conta disso, conclui, a abstenção deverá ter uma influência marginal na eleição. "Não deve haver efeito devastador, sobretudo porque Dilma abriu uma vantagem maior", conclui. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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