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Com uma lata de spray, Lula fez desenhos em um viaduto em Foz, simbolizando a integração de brasileiros e paraguaios | Christian Rizzi / Gazeta do Povo
Com uma lata de spray, Lula fez desenhos em um viaduto em Foz, simbolizando a integração de brasileiros e paraguaios| Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo

Foz do Iguaçu - O presidente Lula passou o dia de ontem inteiro sem comentar as denúncias de quebra de sigilo fiscal de dirigentes tucanos e da filha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Evitou a imprensa em todos os compromissos que teve em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, onde ficou durante toda a quinta-feira. Só fez uma breve insinuação à escalada de críticas dos tucanos contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, durante um comício ontem à noite. Disse que ficou sabendo que o "adversário" havia batido tanto em Dilma que ela estaria subindo nas pesquisas eleitorais.

Além de Lula, participaram do comício a própria Dilma, o candidato ao governo do Paraná pelo PDT, Osmar Dias, e os candidatos ao Senado Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT). Lula aproveitou o comício para pedir o voto nos três. Dilma prometeu fortalecer as cooperativas agrícolas e investir na segurança na fronteira. O comício foi realizado na Praça da Bíblia, no Jardim São Paulo e teve a presença de 5 mil pessoas, segundo estimativa da PM.

À tarde, Lula re­­lembrou sua trajetória política e a fundação do PT durante aula inaugural na Universidade de Inte­­­gração Latino-Americana (Unila), proferida para cerca de 200 estudantes brasileiros, paraguaios, argentinos e uruguaios.

Ao falar do passado para os alunos, o presidente fez questão de mencionar sua participação no primeiro aniversário da Revolução Sandinista – que marcou o fim da ditadura na Nicarágua –, onde diz ter tido uma longa conversa com o cubano Fidel Castro. Comentou sobre a fundação do PT e as propagandas políticas da época. "O PT era um partido com tanta gente que tinha participado da luta armada que a propaganda parecia um prontuário policial", disse ele.

Ainda na aula inaugural, o presidente ressaltou que a Unila vai formar uma nova consciência política na América Latina. "Possivelmente daqui a 10 ou 15 anos teremos uma doutrina criada a partir dessa universidade".

Antes de falar com os estudantes, o presidente fechou uma cápsula do tempo, na entrada da Usina de Itaipu. Lá foram deixados mais de 3 mil mensagens da comunidade com projeções sobre a universidade. A cápsula será aberta em 2060, no cinquentenário da Unila.

Sempre acompanhado por uma comitiva formada por oito ministros e pelo governador do Paraná, Orlando Pessuti, Lula também abriu o Seminário Latino-Americano de Aco­­­lhimento Familiar. No evento, ressaltou a importância de o Estado investir na recuperação da família. "Durante muito tempo o Estado brasileiro cometeu o gravíssimo erro de achar que era possível recuperar crianças sem recuperar famílias. Muitas vezes precisamos descobrir se não são os pais os problemas dos filhos", disse. Na cerimônia, o presidente ganhou um álbum que retrata sua própria história. A obra é de autoria de uma jovem de Foz que perdeu a mãe de forma violenta e morou em abrigos.

Durante a passagem pela cidade, o presidente ainda parou para conversar com crianças e artistas no viaduto da BR-277, que dá acesso ao Paraguai. Com uma lata de spray, ele fez desenhos que simbolizam a integração de brasileiros e paraguaios. O viaduto começou a ser revitalizado há uma semana por grafiteiros inspirados na temática infanto-juvenil, ganhando o nome de Marco de Proteção a Crianças e Adolescentes.

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