Brasília - O ex-assessor da Casa Civil Vinícius de Castro, apontado como um lobista que atuava dentro do governo federal, preferiu ficar em silêncio e não prestar depoimento à Polícia Federal ontem. Alegou que o depoimento poderia ser "distorcido" num caso que pode ter "motivações políticas".
Castro é amigo de Israel Guerra, filho da ex-ministra Erenice Guerra que também é apontado como lobista dentro do governo. Segundo a revista Veja, Castro recebeu propina de R$ 200 mil. A Polícia Federal investiga a suspeita de tráfico de influência na Casa Civil. As denúncias levaram à demissão de Erenice Guerra do ministério. Ela teria saído para não prejudicar a campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência.
De acordo com o advogado de Castro, Emiliano Aguiar, não é conveniente para a defesa prestar informações à PF nessa fase das investigações. "Aconselhei os clientes a exercerem o direito de ficar em silêncio. Não é possível saber qual é a motivação política dessas personagens que passaram informações para imprensa. Nesse momento, o melhor para defesa é esperar se desenhar o cenário e as investigações avançarem", disse o advogado.
Perguntado se o silêncio de Vinícius Castro tinha a ver com a proximidade das eleições, o advogado negou qualquer relação com o momento político. "Quando digo que o momento não é conveniente quero dizer apenas que a investigação ainda está em fase inicial. Eu não posso pensar mais na imprensa do que na defesa dos meus clientes", afirmou.
Além do ex-assessor da Casa Civil, também prestou depoimento à PF a mãe de Vinícius, Sônia Castro. Ela é sócia da Capital Consultoria, empresa do filho da ex-ministra Erenice Guerra usada para prestar assessoria, mediante "taxa de sucesso" em serviços relacionados ao governo. Assim como o filho, Sônia ficou em silêncio no depoimento.
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