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Os candidatos, sentados à bancada: Robinson de Paula (PRTB), Paulo Salamuni (PV), Beto Richa (PSDB), o mediador das discussões (Fabrício Binder), Luiz Felipe Bergmann (PSol), Osmar Dias (PDT), Avanílson Araújo (PSTU) e Amadeu da Luz Ferreira (PCB). Muita gente, poucas ideias para o futuro do estado. | Pedro Serápio / Gazeta do Povo
Os candidatos, sentados à bancada: Robinson de Paula (PRTB), Paulo Salamuni (PV), Beto Richa (PSDB), o mediador das discussões (Fabrício Binder), Luiz Felipe Bergmann (PSol), Osmar Dias (PDT), Avanílson Araújo (PSTU) e Amadeu da Luz Ferreira (PCB). Muita gente, poucas ideias para o futuro do estado.| Foto: Pedro Serápio / Gazeta do Povo

O acompanhamento do debate pelo site da Gazeta do Povo, com jornalistas e leitores, foi dinâmico e interativo. Cerca de mil internautas trocaram opiniões sobre a performance dos candidatos. Veja alguns comentários:

"Quantos votos ainda tem [Jaime] Lerner? Que influência ele ainda pode ter nas eleições? Quem ele apoiar perde ou ganha?", Celso Nascimento, colunista da Gazeta do Povo, comentando sobre a discussão do legado do ex-governador, muito abordado no debate.

"Muito improdutiva a participação dos nanicos. (...) É uma deformação da legislação eleitoral brasileira ter tantos candidatos [participando dos debates]", André Gonçalves, correspondente da Gazeta do Povo em Brasília, que acompanhou o debate pela internet.

"Meu cachorro acabou de desistir do debate. Foi dormir. Não acho que ele tenha decidido o voto ainda...", Eva Luna, internauta, tecendo ironias sobre o nível das discussões do debate.

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A presença dos sete candidatos ao governo do Paraná no primeiro debate na televisão, transmitido ontem à noite pela Band TV, eliminou qualquer possibilidade de confronto direto entre os dois principais adversários na disputa pelo Palácio Iguaçu, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT). Com isso, o encontro dos candidatos acabou sendo morno.

Como não tiveram chance de fazer perguntas um ao outro durante as cerca de duas horas e meia de debate, o tucano e o pedetista trocaram farpas indiretamente. E foi o tema "privatização" e a herança deixada pelo ex-governador Jaime Lerner que tiveram papel central no debate. Osmar, por exemplo, usou esses argumentos para colocar Richa em situação desconfortável. Mesmo quase oito anos após o fim do governo Lerner, a venda do Banestado e a implantação dos pedágios no estado estiveram no centro das discussões.

O pedetista, por outro lado, teve de se explicar a respeito do fato de ser produtor rural e estar aliado ao PT, que é um partido que historicamente ligado ao MST (Movimento dos Trabalha­­­dores Rurais Sem Terra).

A pressão maior sobre Richa – apesar de não ter sido contínua ao longo de todo o debate – foi impulsionada pelo discurso antiprivatização do candidato Avanílson Araújo (PSTU). Logo no início, ao explicar por que deseja ser governador, o candidato do PSTU questionou a venda do Banestado ao Itaú pelo ex-governador Jaime Lerner e defendeu a manutenção da Copel e da Sanepar como empresas públicas. No terceiro bloco, graças ao sorteio, Avanílson questionou o tucano sobre esses pontos e o acusou de ter votado a favor da privatização do Banestado quando era deputado estadual, no fim dos anos 90.

"Sempre agi com responsabilidade e consciência na vida pública. Jamais deixei aprovar leis que não estivesse convencido que fossem para o bem do Paraná. Votei sim pela venda do Banestado porque o banco estava prejudicando o Paraná", disse Richa. Na réplica, acusado pelo candidato do PSTU de ser defensor da privatização e de ter apoiado a implantação dos pedágios, Richa argumentou que vai preservar o patrimônio público e lutar por tarifas de pedágio mais "justas e acessíveis".

Aproveitando-se do tema, Osmar afirmou que sempre lutou para que o pedágio não fosse implantado e foi o primeiro a defender que a Copel não fosse privatizada. "Houve uma venda desastrosa do Banestado aprovada na Assembleia, com votos de deputados que hoje saem dizendo que vão defender a empresa pública", declarou. "Por que não fizeram isso quando podiam? Não fez isso, não pode falar que vai fazer."

Logo em seguida, porém, o pedetista foi questionado sobre o que faria em relação à reforma agrária e qual sua posição sobre o MST. Dizendo-se favorável à reforma agrária, Osmar afirmou que, por lei, o direito de propriedade deve ser respeitado. Mas, segundo ele, se as propriedades forem improdutivas, elas devem ser destinadas a famílias que saibam cultivar a terra. "Temos de verificar quais propriedades estão cumprindo os requisitos de responsabilidade social. Se cumprirem, não há porque desapropriá-las", defendeu-se. "É uma brincadeira de quem não conhece o nosso estado querer colocar na minha testa aquilo que não sou [defensor do MST]", rebateu Osmar. "Sou agricultor e produtor rural."

Osmar também foi acusado de ter fechado uma coligação incoerente, reunindo na mesma chapa o PDT, o PT e o PMDB do seu adversário em 2006, o ex-governador e hoje candidato ao Senado Roberto Requião. "Fechamos uma coligação baseada em princípios e afinidades ideológicas, com partidos que impunham a mesma bandeira. Tenho orgulho de representar meus candidatos ao Senado e meu vice", alfinetou Beto.

Alegando que é preciso manter a política social do governo Lula e de que recebeu um pedido do presidente para ser candidato, Osmar elogiou programas implantados por Requião e defendeu que os eleitores "não podem ficar sujeitos a escolher um programa que não seja de interesse do Paraná".

Outro momento de acusações indiretas entre os dois ocorreu quando Osmar afirmou que irá implantar uma clínica da mulher em todos os municípios do estado para que as mães possam ter acompanhamento médico durante a gestação. "Vamos implantar o Mãe Paranaense, que o outro candidato não teve coragem de dizer que começou no meu governo em Curitiba, com o nome de Mãe Curitibana", cutucou Richa.

Além de Richa, Osmar e Ava­­nílson Araújo, participaram do debate Paulo Salamuni (PV), Fe­­­lipe Bergmann (PSol), Amadeu Felipe da Luz Ferreira (PCB) e Robinson de Paula (PRTB).

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