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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, a senadora Marina Silva (PV), que obteve quase 20% dos votos do eleitorado no primeiro turno da eleição presidencial. O apoio de Marina no segundo turno é disputado pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, e o adversário tucano na disputa, José Serra.

"Ela é uma extraordinária companheira. Ela sabe do carinho que tenho por ela. Temos 30 anos de convivência. [...] Ela saiu do governo porque ela quis. Na época compreendi", disse depois da inauguração de novas instalações do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras.

O presidente afirmou entender que Marina demore algum tempo para decidir qual candidato apoiar e admitiu a possibilidade dela se manter neutra. "Agora compreendo que ela vai demorar um tempo para tomar uma decisão. E talvez nem tome e se mantenha neutra, mas independente disso os eleitores estão se movimentando." No entanto, ele disse acreditar que a maioria dos votos da cadidata do PV deve migrar para Dilma. "Se eu conheço o tipo de voto que a companheira Marina teve, eu acho que uma boa parte desses votos vai para a companheira Dilma."

Lula destacou ainda que a maior parte do eleitorado brasileiro votou em uma mulher, na candidata do PV ou em Dilma. "O povo brasileiro, diferentemente do que diziam, que tinha medo de votar em mulher, 67% dos votos no primeiro turno e em alguns lugares até 77% dos votos, como aqui no Rio de Janeiro, foram para as mulheres.a", afirmou. "Como só temos uma mulher e um homem no segundo turno subentende-se a que a mulher possa levar vantagem. Para isso temos que trabalhar e trabalhar muito", complementou.

A respeito da discussão, na campanha eleitoral, sobre o aborto, Lula afirmou que Dilma está sendo vitima de "jogo sujo" e ressaltou que também passou por isso quando disputou a Presidência. Ele destacou ainda que a petista é contra o aborto.

"Sempre há [jogo sujo]. O que a gente não pode é priorizar o secundário e deixar de trabalhar o que é prioritário. A Dilma tem programa, tem um governo que ela pode orgulhosamente comprovar o que fez. Ela tem uma posição contra o aborto já dita por ela. Mas tem gente no submundo da política fazendo aquela política rasteira como em 1989. Falavam da minha barba, da estrela do meu partido, mas duvido que tenha um pastor que tenha que agradecer a alguém nesse país mais do que a mim pelo que fiz pela liberdade religiosa nesse país. Sempre tem gente que baixa o nível", disse.

Nesta tarde, em Belo Horiztonte, Dilma disse que é contra o aborto, mas, caso seja eleita, terá de encarar o tema como uma questão de saúde pública e social. Dilma esteve no Mercado Central, onde se reuniu com lideranças católicas e políticas.

"Eu sou contra o aborto porque o aborto é uma violência contra a mulher. Não acho que nenhuma mulher seja a favor do aborto. Como presidente da República, eu tenho de encarar o fato que há milhares de jovens, de adolescentes, que, diante do aborto, desprotegidas, fazem e adotam práticas, por que elas estão abandonadas", afirmou.

Participação no segunto turnoO presidente afirmou ter achado "ótimo" a ida da canditada petista para o segundo turno, contrariando pesquisas de intenção de voto que indicavam uma vitória imediata. Segundo ele, haverá mais tempo para o debate e um resultado com maior aprovação popular. Ele disse ainda que pretende se dedicar na campanha para eleger Dilma.

"Acho que é benção de Deus ter a chance de disputar o segundo turno. E a gente pode fazer um debate para que as pessoas compreendam o que cada candidato quer. Então, acho ótimo. Está começando agora, vai ter o primeiro debate, os primeiros comícios, as primeiras carreatas. E eu pretendo participar de muita coisa nessa campanha", afirmou. Cabeça erguida

Em discurso durante a inauguração do centro de pesquisas da Petrobras, Lula disse que o Brasil "nunca mais vai abaixar a cabeça". "Eu cansei de ser tratado como se fosse cidadão de segunda classe ou vira-lata. Eu não sou. Quero andar de cabeça erguida [...] e esse país nunca mais vai abaixar a cabeça para ninguém, quem quer que seja. Nós aprendemos uma coisa na vida. Nós aprendemos a andar de cabeça erguida", disse. O presidente afirmou que o Brasil está preaprado para "esinar" e não quer palpite de outros países.

"Nós não queremos nunca mais que ninguém venha de fora para dizer o que a gente quer fazer. [...] Hoje temos que ensinar para eles como é que eles devem fazer as coisas. Temos, com muita humildade, que ensinar para eles."

Lula elogiou a expansão do centro de pesquisas da Petrobras e destacou que ele é o "maior do hemisfério Sul". Ao destacar os avanções da estatal nos últimos oito anos, o presidente criticou governantes anteriores, que, segundo ele, "não sonhavam" com o futuro do Brasil. "A elite que dirigia esse país não sonhava, só tinha pesadelo, era subordinada ao FMI [Fundo Monetário Internacional], era subordinada a tantas outras coisas", disse.

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