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A campanha da candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, organizou uma ofensiva na periferia das regiões metropolitanas para alavancar sua popularidade entre as classes C e D, faixa do eleitorado em que ela ainda tem pouco apoio. A estratégia do PV é intensificar a campanha corpo a corpo nessas áreas. Pesquisa Datafolha divulgada sexta-feira mostra Marina com 11% das intenções de voto. Na faixa de eleitores que ganham acima de dez salários mínimos, ela tem 19%. No estrato dos que recebem menos de dois salários por mês, tem apenas 8%.

"O nosso tracking tem mostrado potencial de crescimento entre as classes mais populares", aponta Marco Antônio Mroz, um dos coordenadores da campanha do PV, referindo-se a pesquisa interna do partido. "É hora de fugir do centro das capitais e ir para as periferias."

A busca pelo voto das periferias já começou. Na sexta-feira, Marina fez caminhada no centro comercial de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. "O enfoque tem sido nas grandes regiões periféricas urbanas", ressalta o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ) também coordenador de campanha. De acordo com o PV, são esperadas nos próximos dias visitas à zona oeste do Rio de Janeiro e a cidades da região metropolitana de São Paulo.

Marina vai reforçar a presença nas regiões mais pobres, mas não mudará o tom crítico apresentado nas últimas semanas. Ela tem destacado em seus discursos a semelhança entre os adversários Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e acusado os oponentes de levar a disputa para o "vale-tudo" eleitoral.

As censuras, ainda que indiretas, tem sido feitas até contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em referência à sua posição no episódio da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. "A Marina subiu o tom e deve mantê-lo dentro da atual linha, para marcar diferença", afirma Mroz. "Sem ataques pessoais ou críticas que rebaixem a campanha."

Vice

Outro que aumentou a temperatura do discurso nesta fase final da campanha foi o vice da candidata, o empresário Guilherme Leal. Em eventos recentes, ele destacou os escândalos de corrupção envolvendo o governo federal e acusou a coligação da candidata do PT de ensaiar uma "governabilidade de Tiririca", em referência ao candidato a deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP). "Com todo respeito ao palhaço, o fato é que esse episódio mostra como a coligação de Dilma encara o tema. Vale tudo para compor maioria."

Sirkis negou que Leal tenha sido escalado para atuar na linha de frente dos ataques, posição desempenhada, por exemplo, na campanha tucana pelo deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa de José Serra. "O estilo dele é só mais enfático, pela sua própria personalidade", explica. "A gente não bate e assopra, é apenas o estilo de cada um", disse ele, referindo-se ao tom um pouco mais brando da candidata do PV.

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