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“É lamentável o presidente da OAB fazer uma declaração como aquela, contra a democracia. É lamentável. [Ele] não sabe nem o mérito da questão", Beto Richa (PSDB), candidato ao governo do Paraná | Henry Milleo / Gazeta do Povo
“É lamentável o presidente da OAB fazer uma declaração como aquela, contra a democracia. É lamentável. [Ele] não sabe nem o mérito da questão", Beto Richa (PSDB), candidato ao governo do Paraná| Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo

TRE nega pedido para barrar 8ª pesquisa; Osmar é multado

Além das sete pesquisas bloqueadas pela Justiça, o PSDB tentou ontem impedir a divulgação de outro levantamento de intenção de voto para o governo do Paraná, produzido pelo Instituto Alvorada sob encomenda da Rede Massa de Televisão. Mas o pedido foi rejeitado no início da noite pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Já a coligação de Osmar Dias (PDT) foi multada em R$ 600 mil por desobedecer a uma determinação judicial que a impedia de distribuir planfletos que faziam referência a levantamentos eleitorais.

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  • Veja que a população está dividida quanto à divulgação das pesquisas eleitorais

Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Maringá - O candidato do PSDB ao governo do Paraná, Beto Richa, qualificou ontem de antidemocrática as críticas do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, sobre os pedidos do tucano para suspender as pesquisas eleitorais no estado. "É lamentável o presidente da OAB fazer uma declaração como aquela, contra a democracia. É lamentável. [Ele] não sabe nem o mérito da questão", disse Richa, em visita a Ponta Grossa.

Mais tarde, em Maringá, o tu­­cano assegurou não ser contrário à liberdade de informação: "Eu não sou censurador. Jamais fui". "A OAB, por tratar justamente de questões jurídicas e legais, deveria saber que eu não tenho esse poder. A OAB deveria estar questionando a Justiça Eleitoral do Paraná, que é o fórum que realmente impugnou as pesquisas."

Cavalcante havia afirmado, anteontem, que a impugnação das pesquisas pela Justiça Eleitoral, a pedido da coligação de Beto Richa, é um prejuízo grande para a democracia e para o processo eleitoral. "A transparência é essencial em todos os segmentos da nossa vida", afirmou o presidente da OAB.

Richa rebateu Cavalcante e afirmou que ele ignorou as razões pelas quais as pesquisas foram impugnadas. "Hoje estava lendo a declaração do juiz eleitoral dizendo o porquê de não permitir a divulgação das pesquisas. [A decisão] foi por unanimidade dos sete juízes do tribunal, que viram questões imperfeitas nas pesquisas. E, como diz o juiz, o dever deles é cuidar do interesse do eleitor; e o eleitor poderia ser conduzido ao erro por uma pesquisa equivocada", disse o candidato tucano.

Segundo Richa, um dos erros aconteceu na formulação do questionário. "A pesquisa começava perguntando sobre o governo Lula e logo depois perguntava em quem o eleitor vota para governador. Está errado, como também estavam errados os critérios de ponderação acusados pelo juiz ", disse Richa, ao usar o argumento de que a pergunta sobre o presidente poderia induzir o eleitor a indicar o candidato apoiado por Lula (Osmar Dias).

O tucano ainda reiterou que o PSDB só pediu a suspensão das novas pesquisas porque os levantamentos internos da coligação estavam dando resultados diferentes. "Nós detectamos distorções entre as pesquisas que estavam sendo divulgadas e as nossas [pesquisas] internas. Fomos ver quais eram os erros e a justiça corroborou a nosso favor."

Declaração reiterada

O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, voltou a afirmar ontem, em Foz do Iguaçu, que as decisões do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná acatando os pedidos da coligação do candidato Beto Richa ferem o processo eleitoral e a democracia. Cavalcante destacou que a OAB é apartidária e que o eleitor tem direito de acompanhar a campanha pelas pesquisas.

"Muito embora se reconheça o direito de os candidatos de pedirem as impugnações e de procurarem para isso a via judicial, como aconteceu, temos de lamentar esse tipo de atitude de retrocesso da democracia", disse Cavalcante. "As pesquisas são fundamentais para pautar o eleitor, para que tenha conhecimento de como caminha a eleição no seu estado."

Cavalcante admitiu, no entanto, que desconhece tanto o teor do pedido feito pela coligação à Justiça quanto a decisão, mas questionou as reais motivações do candidato tucano. "Até bem pouco tempo as pesquisas eram divulgadas sem nenhuma objeção. Elas tinham a mesma metodologia das que foram impugnadas. Qual a razão de elas agora não poderem ser divulgadas? É um direito dele, mas esse é claramente um posicionamento contraditório e incoerente."

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