Apesar de proibida de circular pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por apresentar conteúdo favorável à campanha de Dilma Rousseff (PT), a edição deste mês da Revista do Brasil, vinculada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), continua disponível na internet. Na segunda-feira, o ministro Joelson Dias deferiu o pedido de medida liminar apresentado pela coligação que apoia a candidatura de José Serra (PSDB) e determinou a interrupção da circulação da publicação, cuja a tiragem é de 360 mil exemplares.
A edição de outubro traz uma foto da candidata petista na capa com o título "A vez de Dilma". De acordo com a lei eleitoral, sindicatos não podem contribuir direta ou indiretamente para campanhas eleitorais. Na reportagem principal, há uma foto de Dilma cumprimentando Marina Silva (PV), terceira colocada na eleição, durante um evento do governo Lula. Também inclui menções sobre a derrota de candidatos tucanos ao Senado e traz, em meio à polêmica religiosa, citação de um bispo católico paulista enaltecendo a administração do presidente Lula. O ministro determinou "que a editora se abstenha de continuar distribuindo ou fazer distribuir a revista [...] e que a CUT suspenda a divulgação em seu site da Revista do Brasil, edição de outubro, bem como das chamadas e textos das mensagens". Ontem, entretanto, o conteúdo da revista estava disponível na internet, no endereço www.redebrasil.com.br.
A publicação, que tem anúncios da Petrobrás e do Banco do Brasil, tem dirigentes da CUT e filiados ao PT no conselho editorial, como o presidente da entidade, Arthur Henrique e Maria Izabel Noronha, a Bebel, militante que comandou no ano passado uma greve dos professores da rede estadual paulista contra a administração de Serra.
