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Ao comprometer-se, no início da pré-campanha, com a criação do Ministério da Segurança Pública, o presidenciável do PSDB, José Serra, empurrou a questão para o centro do embate eleitoral. Seu programa na televisão de quinta-feira concentrou-se em suas propostas para o combate às drogas – em especial o crack.

Neste mês, em viagem a Salva­dor, o candidato divulgou seu programa de governo para a segurança. Além da criação da nova pasta, os sete eixos condutores incluem o fortalecimento do controle fronteiriço, investimento em inteligência e a construção de presídios.

Dilma Rousseff, candidata do PT, respondeu às propostas do adversário com um programa para a segurança com 13 diretrizes básicas. Tratam, em linhas gerais, da continuidade das políticas do governo Lula. A ênfase será, contudo, no incentivo ao combate à violência por núcleos comunitários – chamado pelos coordenadores do programa petista de "segurança cidadã".

A segurança pública tornou-se um dos principais flancos de ataque ao PT. Esta é a área em que o governo Lula é pior avaliado, de acordo com a última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. Para 34% do eleitorado, a segurança piorou nos últimos dois anos – mesmo porcentual que considera que houve melhora.

"A verdade é que a segurança não é prioridade para este governo", ataca o cientista político Túlio Kahn, que coordenou o programa tucano para a área. Ele afirma que o projeto de criação do Ministério da Segurança "é um meio, não um fim". A nova pasta deverá congregar órgãos que atualmente são subordinados ao Ministério da Justiça - como a Polícia Federal. O programa fala em "valorizar" e em aumentar os salários dos policiais.

Na semana passada, o partido conseguiu suspender judicialmente uma campanha publicitária da Associação dos Dele­ados de Polícia de São Paulo (Adpesp) de protesto contra os salários e as condições de trabalho da categoria no Estado.

Criticado pelo PT por aumentar o número de presídios em São Paulo, Serra deverá levar o mesmo modelo para o resto do país. O programa de governo do tucano prevê parcerias público-privadas (PPPs) para a construção de novas unidades. "Há um déficit de cerca de 180 mil vagas nos presídios", complementa Kahn. "Acreditamos que a iniciativa privada pode colaborar. O Estado tem que prezar pelo confinamento dos detentos, mas toda a gestão de hotelaria, por exemplo, pode ser feita em parceria."

Outra inovação refere-se ao investimento em policiamento comunitário. Não há, porém, detalhamentos sobre como isto seria feito. "Vamos juntar políticas sociais com a repressão qualificada. Criaremos territórios da paz, para oferecer, em zonas de perigo, a oportunidade de não envolvimento com o crime", explica o sociólogo José Vicente Tavares dos Santos, colaborador do programa de Dilma.

Marina Silva (PV) também dá destaque à segurança pública. Em julho, ela divulgou uma nova versão das diretrizes do seu programa de governo com ênfase no setor. São seis itens, que falam em investir em inteligência, combater a impunidade e estabelecer um plano de carreira para as três polícias.

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