O ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT), foi eleito governador do Rio Grande do Sul neste domingo (3), em primeiro turno.
Com 93,62% das urnas apuradas às 20h03, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, ele tem 54,23% dos votos e não pode mais ser ultrapassado pelo adversário José Fogaça (PMDB), que tem 24,80%.
A atual governadora, Yeda Crusius (PSDB), estava com 18,43% dos votos no mesmo período.
Ex-prefeito de Porto Alegre em duas gestões (1993-1996 e 2001-2002) e ministro em quatro pastas no governo Luiz Inácio Lula da Silva (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Educação, Relações Institucionais e Justiça), Tarso liderou todas as pesquisas de intenção de voto nos últimos meses. Governará o quinto maior colégio eleitoral do país, com 8,1 milhões de votantes e população total estimada em 10,9 milhões de pessoas.
O petista concorreu coligado com o PSB, o PCdoB e o PR. Durante a campanha, procurou vincular-se ao governo Lula, citando sua passagem por quatro ministérios e investimentos federais no Rio Grande do Sul, sobretudo os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Casado, pai de duas filhas e torcedor do Internacional, Tarso defendeu propostas como qualificação do ensino médio, revitalização do cais de Porto Alegre e planos microrregionais de desenvolvimento.
Em uma campanha de poucos ataques entre os principais candidatos, o resultado repetiu uma tradição no estado em que nenhum governador conseguiu se reeleger.
Em 1998, o então governador Antônio Britto (PMDB) perdeu a eleição para Olívio Dutra (PT). Em 2002, Olívio perdeu as prévias do PT para Tarso, que foi derrotado no segundo turno por Germano Rigotto (PMDB). Em 2002, Rigotto perdeu a eleição para a governadora Yeda Crusius (PSDB), que deverá terminar a eleição deste domingo em terceiro lugar.
Também pela primeira vez desde a redemocratização, um governador foi eleito em primeiro turno no estado.
Por outro lado, a eleição no RS marcou reversão de tendência registrada na disputa presidencial em 2006, quando Geraldo Alckmin (PSDB) venceu o primeiro turno no estado com 51,8% dos votos válidos, contra 30,7% de Lula. Em 2010, segundo pesquisa Ibope realizada de 29 de setembro a 1o de outubro, Dilma Rousseff (PT) tinha 47% ds votos totais, ante 37% de José Serra (PSDB).
"Nós interagimos e crescemos juntos", afirmou Tarso neste domingo, sobre a eventual influência de Dilma em sua votação.
Governador eleito pregou "refundação" do PTEm 2005, em razão do escândalo do mensalão, Tarso liderou um movimento de ruptura no antigo Campo Majoritário, a corrente hegemônica do PT, hoje denominada CNB (Construindo um Novo Brasil). Chegou a defender a "refundação" do partido.
A corrente de Tarso, chamada Mensagem ao Partido, foi a principal adversária da CNB nas eleições internas do PT de 2005 e 2007. Apoiado por Tarso, o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP) disputou a presidência do partido com bandeiras de resgate "ético"do partido, mas ficou em terceiro lugar o eleito foi o deputado federal Ricardo Berzoini (SP), da CNB.
Com a candidatura de Dilma Rousseff, Tarso e sua corrente passaram a pregar o discurso de união entre as correntes, amenizando o tom das críticas à condução do partido.



