
Em busca de fôlego e argumentação para o debate na RPC TV hoje à noite, os dois principais candidatos ao governo do Paraná Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) evitaram compromissos de rua e contato direto com eleitores ontem para se preparar para o embate televisivo, o último antes da eleição do domingo. Os dois também vão passar esta terça-feira reunidos com assessores para estudar a melhor estratégia para o debate, que começará às 22 horas, depois da novela Passione.
Oficialmente, Richa e Osmar dizem que o confronto de hoje será uma oportunidade para discutir ideias. Mas, considerando o que ocorreu nos cinco debates anteriores, a postura dos concorrentes tende a ser mais agressiva. Em todas as oportunidades de debaterem entre si, o tucano e o pedetista trocaram acusações mais que dicutiram propostas. As recentes brigas jurídicas entre as duas campanhas (veja reportagem ao lado), a proibição da divulgação de pesquisas na semana passada, os ataques nos programas eleitorais do rádio e da tevê e o formato do debate devem acirrar ainda mais o clima entre os dois nesta noite. No debate da RPC TV, os candidatos poderão fazer perguntas entre si.
Devido ao confronto direto entre os candidatos, a expectativa é que as acusações pessoais entre Richa e Osmar, principalmente, fiquem mais contundentes que nos encontros anteriores. Até hoje, houve cinco debates Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Faep (19/07), Universidade Positivo (03/08), Band TV (12/08), Rede Massa (10/09) e RIC TV (20/09). Em todos os dois principais candidatos provocaram-se mutuamente.
Nos debates anteriores, Osmar acusou Richa de ter largado o mandato de prefeito de Curitiba, ter votado a favor da venda da Copel, ser privatista e "filho político de [Jaime] Lerner". "Quem traiu a população de Curitiba foi quem prometeu ficar quatro anos na prefeitura e só ficou um. Traiu a população do Paraná quem estava na Assembleia [Legislativa do Paraná] e votou pela venda do Banco do Estado [Banestado], que deixou um rombo nos cofres públicos. Traiu quem tentou vender a Copel", disse o pedetista em julho, no debate da Faep.
Richa já acusou Osmar de ter apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), questionou o apoio do ex-governador Roberto Requião (adversário de Osmar em 2006), e acusou-o de ter trabalhado contra os trabalhadores ao propor uma emenda constitucional que acabava com a indenização de 40% do FGTS para os funcionários demitidos sem justa causa. "Fechamos uma coligação baseada em princípios e afinidades ideológicas, com partidos que impunham a mesma bandeira", alfinetou Beto no encontro da Universidade Positivo em referência ao PMDB e a Requião.
Para estar pronto para rebater essas e as novas acusações que possam aparecer, Richa e Osmar optaram por concentrar a agenda de ontem e hoje para a preparação para o debate. A única reunião pública de Osmar foi no início da manhã de ontem com entidades sindicais. "Não dá para programar um debate. Por isso o candidato tem de estar psicologicamente bem, descansado e tranquilo", disse o coodenador-geral da campanha do pedetista, Mário Pereira.
Segundo a assessoria de Richa, ele encontrou alguns prefeitos ontem, que o visitaram no comitê em Curitiba, e passará o dia de hoje discutindo as estratégias de participação no debate. Segundo sua assessoria, "dará ênfase às questões de educação, saúde, segurança, agricultura e infraestrutura" para mostrar as diferenças entre ele e Osmar.
Cobertura da Gazeta
Além de Richa e Osmar, outros dois candidatos participam do debate de hoje: Paulo Salamuni (PV) e Luiz Felipe Bergman (PSol). Eles foram escolhidos por serem de partidos com representantes no Congresso Nacional.
A jornalista Sandra Annenberg mediará a discussão entre eles. Serão cinco blocos em que os candidatos poderão fazer perguntas entre si com tema livre ou definido em sorteio (veja detalhes no gráfico acima).
A Gazeta do Povo fará cobertura on-line ao vivo do debate aqui no site. A cobertura será aberta para comentários de leitores e contará com a análise de repórteres e editores do jornal.




