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Guerra de nervos

Campanha é a mais tensa desde 1989

Com três candidatos na disputa direta pela Presidência da República, troca de acusações se tornou comum no discurso eleitoral

Marina se tornou alvo de Aécio e Dilma desde que as primeiras pesquisas foram divulgadas | Antonio Lacerda/EFE; Ricardo Moraes/Reuters
Marina se tornou alvo de Aécio e Dilma desde que as primeiras pesquisas foram divulgadas (Foto: Antonio Lacerda/EFE; Ricardo Moraes/Reuters)

Tudo indicava mais uma polarização entre PT e PSDB, como nas últimas cinco eleições presidenciais. À exceção da campanha de 1989, quando Lula e Brizola disputaram voto a voto o direito de ir ao segundo turno na primeira votação direta após a ditadura militar, vencida por Fernando Collor, nas eleições seguintes, candidatos de dois partidos polarizaram a disputa. A morte trágica de Eduardo Campos (PSB) em acidente aéreo em 13 de agosto deste ano, porém, mudou o rumo da atual corrida presidencial – e o humor dos candidatos.

Assim que Marina Silva (PSB), substituta de Campos, surgiu como forte concorrente, o tom da campanha subiu e a troca de farpas se intensificou. Estado laico, casamento homoafetivo, pré-sal, experiência administrativa e até a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira), extinta há quase sete anos, se transformaram em munição entre os candidatos.

"Um presidente não pode mentir. Isso é desvio de caráter", disparou Dilma Rousseff (PT), em atividade de campanha no Rio de Janeiro, sobre o fato de Marina ter dito, em debate na Band, que votou a favor da criação da CPMF, mesmo contra a orientação do PT, seu partido à época. A candidata pessebista usou o argumento para afirmar que não faz "oposição por oposição". O tema chegou ao programa eleitoral de Dilma. A resposta de Marina veio no mesmo tom: "O PT distorce a realidade e mente sobre a questão da CPMF".

A primeira grande polêmica da candidata do PSB se deu na divulgação do programa de governo do partido. Inicialmente, a proposta apoiava o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Dois dias depois, pressionada por aliados evangélicos, Marina recuou, disse que houve erro na divulgação e decidiu "garantir os direitos oriundos da união civil entre pessoas do mesmo sexo". Desta vez, a mudança provocou críticas de Aécio Neves (PSDB): "Nosso plano não virá a lápis. Virá à caneta", declarou.

Alvo comum do tucano e da petista, Marina foi criticada também por seu suposto posicionamento contrário à exploração do pré-sal. Na propaganda eleitoral, Dilma criticou o programa de governo da adversária por trazer apenas "uma linha" sobre o tema em 250 páginas. Marina defende fontes energéticas alternativas, apesar de afirmar não ser possível abrir mão de combustíveis fósseis. Também no horário eleitoral, Aécio classificou Marina como inexperiente: "Sem força política, as mudanças que você deseja não acontecem", afirmou.

O último encontro entre os candidatos foi na quinta-feira, dia 2, no debate da Globo, quando as acusações mútuas continuaram. Resultado da intensa troca de farpas ou não, o fato é que o sobe e desce entre os três principais candidatos ao Palácio do Planalto marcou a campanha.

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